Conseguem ouvir a música?
Membro do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
15 de janeiro de 2019
Membro do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
15 de janeiro de 2019
Então, o processo de aprender a ouvir a voz do Espírito não apenas nos refina e nos permite desfrutar da maravilhosa música do Espírito, mas também nos abençoa, direciona nossos passos e nos traz o favor e a orientação do céu.
Pretendemos modificar a tradução se for necessário. Para dar sugestões, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu
Amados irmãos e irmãs, queridos amigos, Irmã Uchtdorf e eu somos tão gratos por estar com vocês hoje. Trazemos-lhes o amor e as saudações da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos. Vocês, jovens adultos, são a força e o futuro da Igreja de Jesus Cristo em todo mundo. Vocês são os Santos dos Últimos Dias que serão uma bênção para o mundo. Nós os amamos e os admiramos!
Há um ano, quase exatamente nesta data, Harriet e eu discursamos para todos os jovens adultos da Igreja, no Centro de Conferências, em Salt Lake City, sobre sua aventura pela mortalidade. Nunca esqueceremos aquela noite maravilhosa com vocês, e alguns de vocês podem até se lembrar de nossas mensagens.1
Harriet e eu ficamos impressionados com sua bondade, humildade e desejo de abraçar seu discipulado como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e como vocês amam e servem ao Senhor Jesus Cristo e aos filhos de Deus. Como resultado disso, somos pessoas melhores.
Espero que sintam o Espírito Santo ministrando, elevando e instruindo vocês ao nos reunirmos.
Em 12 de janeiro de 2007, um homem usando calça jeans e camiseta entrou em uma estação de metrô de Washington, DC, tirou um violino de sua capa e começou a tocar.2 Ele colocou todo seu ser na apresentação, às vezes batendo seu arco contra as cordas, às vezes acariciando-as gentilmente para produzir tons suaves e tristes.
Enquanto tocava, mais de mil passageiros passavam pela estação de trem no caminho para o trabalho. Tinham dias atarefados pela frente: listas de coisas para fazer, preocupações e problemas. Suas mentes estavam ocupadas com coisas triviais do dia a dia – como onde e o que almoçar, como seu time de esportes favorito estava se saindo ou se alguém notaria seus novos óculos.
Alguns, sem dúvida, estavam lutando com problemas maiores: um diagnóstico de saúde desafiador, relacionamentos que estavam se desfazendo, perda financeira ou alguma outra ansiedade premente.
No geral, essas pessoas eram pessoas como vocês e eu: apreciando a bênção de um novo dia, até mesmo a bênção de um ano novo, mas consumidos com o banal e a tragédia, com o irrelevante e profundo.
Será que perceberam o músico? Ou será que o homem com o violino era apenas parte do borrão impressionista que sombreava o cenário tão familiar de suas vidas diárias?
O que esses passageiros não sabiam é que esse músico não era um violinista comum, não tocava nenhum instrumento comum e não tocava nenhuma música comum.
O nome do homem era Joshua Bell — um dos músicos mais talentosos do mundo.
O violino que ele tocou foi feito a mão em 1713 por Antonio Stradivari. Joshua Bell havia o comprado alguns anos antes por cerca de 3,5 milhões de dólares.
E a música que ele tocou foi uma das mais desafiantes e belas já compostas.
Ora, toda essa experiência na estação de metrô havia sido orquestrada por um jornalista do Washington Post que estava curioso para saber o que aconteceria se um músico conhecido mundialmente fizesse uma apresentação anônima e virtuosa nos corredores de uma estação de metrô comum.
Será que as pessoas reconheceriam a música sublime tocada por um artista brilhante em um instrumento sem igual?
Ou será que elas o ignorariam? Será que elas jogariam uma ou duas moedas em sua capa de violino aberto e prosseguiriam andando?
Algumas pessoas do Washington Post temiam que o experimento causaria um congestionamento terrível na estação, com centenas de pessoas se aglomerando para ouvir.
Eis o que aconteceu.
Das quase 1.100 pessoas que passaram por Joshua Bell durante sua apresentação de 45 minutos, apenas “sete pessoas pararam o que estavam fazendo para assistir à apresentação, pelo menos por um minuto”.3 [Nota do tradutor: tradução feita pela BYU Speeches.]
Uma pessoa que passou a menos de um metro e meio de Joshua Bell mais tarde não se lembrava de ter visto um músico a caminho do trabalho. Afinal, esse homem estava usando fones de ouvido, ouvindo sua música favorita de rock em sua playlist pessoal. Ironicamente, a letra da música falava sobre não enxergar a beleza diante de seus olhos.
A lição que esta história ensina é profunda. Não apenas nos diz algo importante sobre vida e como vivê-la, mas também revela perspectivas importantes sobre nossa vida espiritual.
Às vezes, ficamos tão envolvidos na rotina cotidiana que deixamos de reconhecer a sublime voz do Espírito e ignoramos a mensagem profunda e bela que o nosso amoroso Pai Celestial nos transmite por meio de Seus mensageiros.
Esse experimento pode nos levar a ponderar em nosso coração e nos perguntar: “Será que consigo ouvir a música do Espírito?”
Será que conseguimos ouvir o chamado delicado de nosso amado Salvador, que nos convida a vir e segui-Lo? Será que ouvimos a Sua voz?
Ou será que a vida está muito corrida? Muito ocupada ou sobrecarregada? Cheio demais com as mil coisas diárias que exigem nossa atenção?4
Meus amados irmãos e irmãs, meus queridos amigos, testifico que nosso amoroso Pai Celestial está estendendo a mão para vocês. Ele está falando com vocês: “Vem, segue-me”.5
Em todos os momentos do dia e durante toda a noite, Ele Se comunica por meio da música divina do Espírito.
Vocês conseguem ouvi-la?
Vocês podem perguntar: “Como posso reconhecer a voz de Deus? Como faço para diferenciá-la dos outros pensamentos e sentimentos que tenho? E o que posso fazer para sintonizar meus ouvidos para ouvi-la?”
Responder a essas perguntas é o objetivo para a grande jornada da vida. E embora o processo seja semelhante para todos, cada um de nós, individualmente, deve percorrer seu próprio caminho para encontrar as respostas. Para alguns, ouvir a voz de Deus parece intuitivo e óbvio. Alguns parecem ter nascido com um testemunho do evangelho e uma sensibilidade para as coisas espirituais. Para outros, a crença vem lentamente, e o processo pode parecer difícil ou frustrante. Eles passam anos ou mesmo décadas se esforçando para sentir o Espírito. Eles querem ter um testemunho, mas não podem dizer honestamente que têm.
No meu caso, tenho acreditado desde menino quando frequentava um pequeno ramo da Igreja em Zwickau, na Alemanha Oriental. Nossa capela tinha um belo vitral representando o Profeta Joseph Smith ajoelhado no Bosque Sagrado. Quando me sentava na capela e contemplava aquela cena, mesmo sendo menino, eu acreditei.
Essa crença tem sido uma bênção para mim toda a minha vida.
Agora, reconheço que minha experiência talvez não seja como a sua. Mas, quer o dom da fé venha cedo ou tarde, todos devemos buscar e cultivar esse dom. Todos vivemos em um mundo cheio de distrações, longe do espiritual e do eterno. Essa parte do teste da mortalidade foi nos dada pelo Pai Celestial. Estamos aqui para aprender a encontrar Deus e a reconhecer e seguir Sua voz, mesmo em meio ao clamor e ao barulho do mundo. Cada um de nós é responsável por nosso próprio aprendizado.
As escrituras estão repletas de orientações, ferramentas e conselhos sobre como reconhecer a voz do Espírito. Um bom lugar para começar é em Doutrina e Convênios, onde muitas revelações dadas a Joseph Smith e aos primeiros Santos foram sobre esse mesmo assunto. Quando os céus se abriram nos últimos dias, ficou claro que Deus estava disposto a revelar a verdade a Seus filhos, como havia feito no passado.. Joseph e seus companheiros naturalmente tinham dúvidas sobre como receber revelação, como reconhecer os sussurros do Espírito e como saber que eles vieram do céu e não de qualquer outra fonte — igual como vocês e eu temos essas perguntas hoje.
Então, em Doutrina e Convênios somos ensinados que devemos “estudá-lo bem em [nossa] mente” e depois “perguntar se está certo”.6
Foi-nos dito: “[Ponham sua] confiança naquele Espírito que leva a fazer o bem”.7
Aprendemos que “o Espírito ser-vos-á dado pela oração da fé”.8
E somos prometidos que “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito”.9
Há, no entanto, algumas letras miúdas das quais precisamos estar cientes.
Primeiro, essa luz virá no tempo de Deus, não no nosso.
Segundo, ela virá à maneira de Deus — de uma maneira que talvez não esperemos ou mesmo queiramos.
Terceiro, ela vem conforme acreditamos.
Agora, alguns de vocês podem dizer: “Para ter crença maior em Deus, eu tenho que acreditar? Mas esse é exatamente meu problema. E se eu não conseguir acreditar?”
A resposta é: Então tenham esperança. E desejem acreditar. Isso é suficiente para começar.
Desejar acreditar não significa fingir. Significa abrir o coração para a possibilidade de coisas espirituais e deixar de lado o ceticismo e o cinismo.
Se vocês podem simplesmente querer acreditar, isso pode fazer com que a semente da fé comece a crescer em seu coração.10
Eventualmente, essa semente crescerá até que vocês possam começar a acreditar. Esses primeiros vislumbres de crença levam à fé. E sua fé se fortalecerá dia após dia até brilhar dentro de vocês. Então vocês serão capazes de verdadeiramente “[pedir] com fé, não duvidando”.11
Esse é o tipo de fé que tem o poder de desvendar os mistérios do céu e encher seu coração com o maravilhoso conhecimento e sublime testemunho do evangelho de Jesus Cristo.
Por favor, entendam que esse não é um processo que ocorre uma vez e pronto.
Não é um processo de minutos ou horas. Pode não ser um processo de meses ou mesmo anos.
É um processo que dura a vida inteira.
Somos buscadores, vocês e eu.
Somos coletores de luz.
Estamos nesta missão para toda a vida — para coletar luz e levá-la ao mundo — que nos guiará pelas alegrias e provações da vida.
Portanto, nunca deixem de buscar. Jesus prometeu que se buscarmos, acharemos. Se batermos, se abrirá. Se escutarmos, ouviremos. Pois a escritura diz, “Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca, acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.12 Mantenham-se fiéis a essa promessa. Mesmo que leve a vida inteira para encontrar a luz e a verdade preciosa que buscam, o esforço valerá a pena.
É claro que, em nossa era de respostas instantâneas, não é fácil sermos pacientes. Às vezes, ficamos frustrados quando nossa busca pela verdade leva mais tempo do que esperávamos. Informações sobre uma grande variedade de assuntos são agora tão facilmente acessíveis que a espera parece ser um incômodo desnecessário. Se enviar ou receber uma mensagem demorar mais do que um ou dois segundos, decidimos que algo não está funcionando.
Se alguém tiver uma pergunta? Tudo bem. Vocês podem obter respostas — milhares delas — quase instantaneamente. Se quiserem se conectar com alguém, vocês podem fazer isso em segundos, não importa quão longe a pessoa esteja.
Querem assistir a um vídeo de patinhos atravessando uma rua movimentada? Pode ver isso. Querem um coçador de costas na forma de um chifre de alce? Podem recebê-lo em sua porta dentro de um ou dois dias. Querem um peixe de plástico realista, ativado por movimento e pendurado na parede que canta a música de Bobby McFerrin, “Don’t Worry, Be Happy”? Podem encontrá-lo, e se agirem agora, podem até mesmo obter frete grátis.
Mas se vocês quiserem algo de valor verdadeiro e duradouro, algo de significado eterno, algo que conecte o agora com as eternidades, é necessário ter paciência e diligência.
Não sei por que às vezes as respostas às nossas orações demoram. Talvez o Senhor queira que provemos a Ele — ou a nós mesmos — o quanto desejamos sinceramente a verdade. Talvez o esforço que Ele exige seja como aprendemos a valorizar a verdade. Talvez seja assim que nos preparamos para receber e aceitar a verdade. Ou simplesmente, talvez seja a maneira de Deus nos ajudar a aprender a ouvir a música.
Mas, meus queridos amigos, uma coisa sei: o processo de comunicação entre os mortais e o céu está funcionando bem. É real. E está disponível para vocês e para mim.
Se sintonizarmos o coração, os olhos e os ouvidos para reconhecer o Espírito — se nos esforçarmos para andar pelo caminho da luz — certamente encontraremos o que buscamos. Com certeza aprenderemos a ouvir a música!
No entanto, devemos entender que Deus não é uma máquina de vendas automática. Só porque colocamos um pedido de oração na abertura, isso não significa que uma resposta aparecerá imediatamente diante de nossos pés.
Não, comungar com o Infinito, comungar com o Divino, leva tempo. E exige comprometimento.
Orações casuais não produzem respostas sublimes.
Nesta vida, temos a grande oportunidade de nos esforçar, lutar e, sim, falhar ocasionalmente em nossa busca pelo divino. Tudo isso faz parte do processo destinado a refinar nosso caráter e aperfeiçoar nosso espírito.
Quando nos esforçamos de coração e mente para seguir o Salvador e incorporar Seus ensinamentos em nossa vida diária, recebemos favor do céu. O Senhor prometeu que, se andarmos em retidão, “[buscarmos] diligentemente, [orarmos] sempre e [sermos] crentes, (…) todas as coisas contribuirão para o [nosso] bem”.13
Que promessa preciosa!
O rei Benjamim nos exortou a
[considerar] o estado abençoado e feliz daqueles que guardam os mandamentos de Deus. Pois eis que são abençoados em todas as coisas, tanto materiais como espirituais; e se eles se conservarem fiéis até o fim, serão recebidos no céu, para que assim possam habitar com Deus em um estado de felicidade sem fim.14
Então, o processo de aprender a ouvir a voz do Espírito não apenas nos refina e nos permite desfrutar da maravilhosa música do Espírito, mas também nos abençoa, direciona nossos passos e nos traz o favor e a orientação do céu.
Gostaria de deixar um último pensamento com vocês hoje. Alguns de vocês podem estar pensando: “O evangelho pode funcionar bem para outras pessoas. Mas para mim não. Cometi erros. Muitos deles. Às vezes, cometo os mesmos erros repetidamente. Tento me arrepender, mas não adianta. Sinto-me envergonhado e culpado. Não sou como os outros na minha família ou na minha ala”.
A todos os que se sentem com defeito de alguma forma, posso lhes contar um segredo?
Temos todos defeitos. Vocês. Eu. Todos.
“Mas”, vocês dizem, “Eu sou um caso especial. Acho que cometo erros demais, com muita frequência.”
Sim, vocês são mortais. E os mortais ficam aquém. Repetidamente.
Erros são acontecimentos na linha do tempo de sua vida. Mas eles não definem sua vida.
Eles não definem vocês como pessoas ou filhos de Deus. No entanto, o que vocês fizerem em relação aos seus erros usando os dons que nos foram dados pelo Pai Celestial e por Seu Filho, Jesus Cristo, ajudará muito a definir a pessoa que vocês ainda se tornarão.
Vocês podem permitir que a “tristeza segundo Deus”15 por seus pecados os leve a mudar para melhor — para ajudá-los a se tornar os homens e as mulheres que Deus designou que vocês se tornassem.
Chamamos essa mudança de arrependimento. No entanto, insistir demais em seus erros leva à vergonha, o que os desencoraja de se esforçar para melhorar.
O arrependimento verdadeiro não tem a ver com vergonha. Trata-se de tornar-se.
Meus queridos amigos, todos os dias vocês têm uma escolha: desistir ou seguir em frente.
Os discípulos de Cristo — seguidores de Cristo — seguem em frente.
Eles acreditam.
Eles buscam a luz.
Eles confiam em Deus.
Eles amam como Ele amou.
Eles se esforçam para fazer o que Ele ensinou.
As escrituras ensinam: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada”.16
Mesmo que vocês orem de forma imperfeita e cometam erros, Deus não encontrará falhas em vocês. Ele dará liberalmente.
Seus erros não os desqualificaram do alcance do céu.
Se Deus apenas respondesse às orações dos perfeitamente obedientes, Ele teria que fechar todo o departamento de respostas às orações no céu.
Deus estende a mão para nós mesmo quando estamos tendo dificuldades, quando falhamos. Na verdade, podemos dizer que Ele estende a mão para nós especialmente quando estamos tendo dificuldades e falhando.
Ser discípulo ou seguidor de Cristo não significa que vivemos perfeitamente. Significa que nos mantemos no caminho. Erguemo-nos quando tropeçamos. Agarramo-nos à luz que nos é dada mesmo quando sentimos a escuridão se acumular ao nosso redor.
Somos imperfeitos.
Mas estamos nos esforçando.
Como discípulos de Cristo, estamos nos esforçando para acreditar. Esforçando-nos para amar. Esforçando-nos para confiar. Estamos nos esforçando para alinhar nossa vida com os ensinamentos de Cristo. Estamos no processo de refinar nosso espírito e melhorar nossa vida diária.
Esse é um dos grandes motivos pelos quais desejávamos tão desesperadamente vir a esta Terra para aprender as lições do fracasso e de sentir as bênçãos, a paz e a influência refinadora do arrependimento e do milagre do perdão.
Não estou sugerindo que ignoremos ou nos gloriemos em nossos pecados. Essa não seria a maneira do Senhor; seria contrário ao plano de salvação. O que estou dizendo é que nossos erros não nos desqualificam da graça e do perdão de Deus. Eles não nos impedem do arrependimento nem da Expiação purificadora do Salvador. Em vez disso, são a razão pela qual Ele — o Salvador, nosso Redentor, o Messias — realizou esse sacrifício expiatório por vocês e por mim.
Mesmo quando — talvez especialmente quando — nos sentimos inadequados, fracos ou de pouco valor, ainda podemos ouvir a sublime música celestial. Ainda podemos aprender a ouvir a voz do Espírito.
Ao curar nossas imperfeições, nosso Senhor e Salvador demonstra Seu perfeito amor por nós de uma maneira ainda maior. Quanto maior for nosso desejo pelo verdadeiro arrependimento, maior será nossa gratidão por Seu sacrifício expiatório.17
Espero que tenham ouvido a voz do Espírito hoje. Espero que o Espírito tenha impressionado em seu coração a direção e a determinação. E espero que vocês façam pelo menos cinco coisas:
Primeiro, vocês vão pensar na história do músico no metrô e vão perguntar a si mesmos: “Será que posso ouvir a música do Espírito?”
Segundo, vocês vão acreditar? Se vocês não conseguem juntar a fé para acreditar, então desejem acreditar. Deus os encontrará onde vocês estiverem. E Ele aumentará a luz que vocês já possuem até que, um dia, sintam Sua presença gloriosa em seu coração como um farol de luz e uma fonte de paz divina.
Terceiro, vocês vão confiar em Deus? Vão começar a ter um pouco de paciência? A maturidade espiritual não ocorre de forma instantânea. Por favor, aproximem-se de Deus, e Ele se aproximará de vocês.18
Quarto, vocês vão lembrar-se de que, ao trilharem o caminho de seguir a Jesus, o próprio processo de se esforçar para segui-Lo vai refiná-los e desenvolvê-los? Além disso, esse esforço lhes concederá orientação importante e os favores e as bênçãos divinos.
Quinto, vocês vão continuar tentando? Nunca desistam. Vocês vão cometer erros nesta vida. Por favor, saibam que o amor do Salvador por vocês é maior do que qualquer um de seus erros.
Amados irmãos e irmãs, meus queridos amigos, eu os abençoo com esperança. Com crença. Com amor. Com o desejo de andar na luz redentora e glorificadora de Jesus Cristo. Ele é real. Seu amor e sacrifício são reais. Muito mais do que a música sublime daquela estação de metrô de Washington, a gloriosa luz, o amor e o poder de Deus estão ao seu redor, sempre. Vocês só precisam buscá-Lo.
Prometo que Deus guiará seus passos. Jesus Cristo irá adiante de vocês. Ele enviará Seus anjos para cercá-los e “vos suster”.19 Ele fará com que todas as coisas contribuam para o seu bem.
Meus queridos amigos, abram o coração, a mente e a alma para ouvir a maravilhosa música do Espírito e certamente se regozijarão na bondade e na graça de Deus. Disso testifico e os deixo a minha bênção apostólica para este novo ano e sempre, no sagrado nome de nosso Mestre. Em nome de Jesus Cristo. Amém.
Mas eis que, se despertardes e exercitardes as vossas faculdades, pondo à prova as minhas palavras, e exercerdes uma partícula de fé, sim, mesmo que não tenhais mais que o desejo de acreditar, deixai que esse desejo opere em vós, até acreditardes de tal forma que possais dar lugar a uma porção das minhas palavras.
Comparemos a palavra a uma semente. Ora, se derdes lugar em vosso coração para que uma semente seja plantada, eis que, se for uma semente verdadeira, ou seja, uma boa semente, se não a lançardes fora por vossa incredulidade, resistindo ao Espírito do Senhor, eis que ela começará a inchar em vosso peito; e quando tiverdes essa sensação de crescimento, começareis a dizer a vós mesmos: Deve ser uma boa semente, ou melhor, a palavra é boa porque começa a dilatar-me a alma; sim, começa a iluminar-me o entendimento; sim, começa a ser-me deliciosa. [Alma 32:27–28; grifo do autor.]
Mas Jesus respondeu, dizendo:
Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos denários, e outro cinquenta.
E não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos a dívida. Dize, pois, qual deles o amará mais? [Lucas 7:41-42].
É claro que Simão disse que o devedor que devia mais amaria mais.
Jesus concordou e disse sobre a mulher: “Os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa pouco ama”. [Lucas 7:47; ver Lucas 7:36-50.]
Dieter F. Uchtdorf, membro do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, deu este discurso no devocional da BYU em 15 de janeiro de 2019.