Nós não temos que viajar para o exterior para ter experiências fascinantes e memoráveis de serviço. Podemos e devemos começar aqui mesmo em nossas casas e bairros. Jesus não viajava muito longe; muitas vezes servia aqueles que estavam muito próximos Dele.
O título do meu discurso é “Serviço conveniente”. Vocês podem pensar que isso é um paradoxo, mas ao longo deste discurso espero explicar por que não é.
Jesus Cristo pregou:
Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas. [Mateus 7:12; ver também 3 Néfi 14:12 e Lucas 6:31]
Jesus também disse:
Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. [Mateus 16:24–25; ver também Mateus 10:39]
O presidente Thomas S. Monson disse:
Creio que o Salvador está dizendo que, a menos que nos entreguemos totalmente ao serviço ao próximo, haverá pouco propósito em nossa vida. Aqueles que vivem só para si acabam definhando e figurativamente perdem a vida, ao passo que aqueles que se dedicam inteiramente ao serviço ao próximo crescem e florescem — e literalmente salvam a própria vida. [O Que Fiz Hoje por Alguém?, A Liahona, Novembro de 2009, 85]
Além disso, lemos em Apocalipse 2:19:
Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e as tuas últimas obras, e que as últimas são mais do que as primeiras.
Observem como a palavra “obras” aparece duas vezes nessa escritura- na verdade, acredito que aparece quatro vezes, pois caridade e serviço também podem ser “obras”. O Pai Celestial está dizendo aqui que Ele conhece nossas obras. Então, por quais obras ou serviços somos pessoalmente conhecidos? Será que hesitamos quando somos confrontados com a oportunidade de servir? É conveniente servir? Ou será que o serviço é apenas uma atividade ocasional, quando aparece um formulário de inscrição?
Com minha profissão de enfermeira e meu trabalho aqui na BYU, tenho a oportunidade de ajudar tanto na área local quanto no exterior, cuidando de pessoas doentes em hospitais e em várias comunidades. Muito do que presencio é profundamente transformador e me faz mais humilde. Gostaria de relatar uma experiência de serviço que tive há alguns anos.
Durante minha pesquisa de doutorado, trabalhei em um hospital de um país em desenvolvimento. Em muitos hospitais ou estabelecimentos de saúde em países emergentes, os medicamentos não estão disponíveis para os pacientes do próprio hospital. Se o médico sentir que o paciente precisa de um medicamento em particular, mesmo que seja essencial para salvar a vida, ele passa a receita médica para a família, que precisa levá-la a uma farmácia, pagar o remédio e depois trazê-lo de volta ao hospital para que seja administrado ao paciente. Compreensivelmente, isso é difícil para muitos pacientes e então eles acabam por não receber os medicamentos, pois sua família simplesmente não tem como comprá-los.
Em parte, devido a essas situações, não é incomum que haja muitos moradores de rua fora do hospital com as mãos estendidas- pedindo dinheiro. Mas, uma vez que vocês entram nos portões do complexo, geralmente não é solicitado dinheiro. Como era óbvio que eu era do exterior, essas pessoas me pediam dinheiro várias vezes por dia. Na verdade, eu já estava bastante acostumada com essa situação.
Eu estava no hospital trabalhando por alguns dias na unidade de terapia intensiva. Enquanto fazia pesquisa, eu também observava e anotava o cuidado que os pacientes recebiam. Mal percebi que as pessoas também estavam me olhando e me observando. Eu estava andando pelo campus do hospital e uma pequena senhora veio até mim. Ela se apresentou e disse que estava me observando na unidade de terapia intensiva; seu filho era um paciente lá. Ela falou que seu filho estava inconsciente por causa de um acidente de carro. Ele precisava usar um ventilador mecânico e não estava muito bem. Eu não conseguia me lembrar de qual paciente era seu filho. Enquanto ela continuava explicando a situação, ela começou a pegar um pedaço de papel no bolso.
Vi aquilo e pensei: “Então é isso. Essa é uma receita médica, e ela vai me pedir dinheiro.”
Pensei então na nota de vinte dólares que tinha comigo. Não costumo levar muito dinheiro quando viajo, e estava esperando a semana inteira para comer no restaurante do hotel e pedir o rosbife, que é delicioso e barato comparado aos padrões americanos. Eu disse a ela que não podia dar-lhe dinheiro e fui embora. Ela era apenas mais uma moradora de rua.
Afastei-me rapidamente, e depois de alguns momentos virei-me e olhei para ela. Ela estava olhando ao redor com um olhar de “O que eu faço agora?” Meu coração foi tocado. Eu não podia acreditar que minha ansiedade para comer o rosbife fosse mais importante para mim do que dar àquela mulher o dinheiro que possivelmente permitiria que seu filho sobrevivesse. Eu não podia permiti-lo! Voltei correndo pelos degraus e gritei: “Espere, senhora—espere!” Eu tenho dinheiro para lhe dar.”
Ela aceitou minha nota de vinte dólares com lágrimas nos olhos. E lágrimas estavam nos meus também.
O desejo de ajudá-la era forte. Fico feliz por ter tido essa experiência, pois pude refletir muito sobre ela. Chamo isso de minha parábola pessoal do rosbife.
O que dizer dessas pessoas que são menos afortunadas do que nós? Como as servimos? Em minhas viagens, eu me perguntava por que havia tanta variação de riqueza, saúde ou bênçãos materiais. O que os outros desejam quando parecem ter tão pouco? O élder Neal A. Maxwell ensinou algo que me ajudou a entender:
Deus, portanto, leva em consideração, misericordiosamente, não apenas nossos desejos e nosso desempenho, mas também os graus de dificuldade que as múltiplas circunstâncias nos impõem. [“Segundo o Desejo de [nossos] Corações”, A Liahona, Novembro de 1996]
É claro que todos têm desejos semelhantes, mas é o desempenho e a dificuldade com que realizamos as coisas que Deus considera. Deus leva em conta os graus de dificuldade. Então, o que isso quer dizer quando é realmente muito fácil prestar um pequeno serviço por causa de nossas bênçãos e oportunidades? Bem, “a quem muito é dado, muito é exigido” (D&C 82:3; ver também Lucas 12:48).
Nosso grau de dificuldade é pequeno, e, por assim dizer, precisamos nos levantar do sofá e oferecer um serviço verdadeiro e significativo. Somos abençoados por uma razão. Se é só um pouco difícil prestar serviço, então não deveríamos fazê-lo com mais frequência? Se é apenas um pouco inconveniente, por que não podemos fazê-lo mais também?
E sobre àqueles que têm maior grau de dificuldade em prestar serviço? Pensem naqueles que estão passando por dificuldades no mundo. Tenho certeza de que muitos missionários podem se identificar com as experiências que vivi durante minha missão anos atrás. As famílias que tinham pouco para comer sempre preparavam comida para os missionários. Certamente essas famílias têm um grau diferente de dificuldade quando se trata de dar e prestar serviço.
Lembro claramente de um momento de serviço em minha missão há mais de trinta anos. Essa foi uma daquelas ocasiões em que pensávamos que éramos nós que prestávamos serviço, mas, afinal, éramos nós que estávamos sendo servidas. Minha companheira e eu tínhamos viajado para um pequeno assentamento em Itakyry, Paraguai. Esta área consistia basicamente em uma grande família de membros e alguns vizinhos que estavam conhecendo a igreja. Estávamos saindo para visitar a família, ir à igreja e a um batismo no dia seguinte.
Como demorou tanto tempo para viajar até lá — seguimos por estradas de terra e atravessamos pequenos riachos — tivemos que passar a noite com a família. Mesmo estando em uma selva, estava frio. Os pais deram a mim e à minha companheira uma cama e um cobertor. A grande família então dormiu no chão de terra no quarto ao lado, com as crianças pequenas entre os pais.
Eu congelei naquela noite. Continuei vestindo todas as minhas roupas, meu suéter e até minhas botas de borracha. Senti-me tão culpada e estava com tanto frio que não conseguia dormir. No dia seguinte, enquanto nos sentávamos em troncos sob o céu aberto para a reunião de jejum e testemunho, a família não parava de nos agradecer, a mim e à minha companheira, por termos ido visitá-los naquela ocasião especial. Meu coração foi tocado. Foi então que percebi que essa família estava prestando serviço a mim – da maneira que podiam – fornecendo sua própria cama e cobertor durante uma noite fria no Paraguai.
Embora existam desigualdades materiais no mundo, todos nós podemos ter o desejo justo de servir. E é a busca desses desejos justos que mede nossa recompensa no céu.
Nós não temos que viajar para o exterior para ter experiências fascinantes e memoráveis de serviço. Podemos e devemos começar aqui mesmo em nossas casas e bairros. Jesus não viajava muito longe; muitas vezes, servia aqueles que estavam muito próximos Dele. Temos oportunidades de servir simplesmente sendo filhos e filhas, pais e mães e irmãos e irmãs. Servimos por meio de chamados na igreja e sendo membros de nossas alas. Muitas vezes penso que o Pai Celestial me perguntará: “O que você fez para servir às mulheres que ministrou? Como você mudou a vida delas ou as ajudou em momentos de necessidade? Como serviu aos seus irmãos? Você percebeu quando eles precisavam de ajuda?”
Essas perguntas nos levam a uma reflexão sincera e pessoal.
Então, como podemos tornar o serviço conveniente? Começamos praticando com “respostas automáticas”.
Deixem-me relatar uma outra pequena experiência. Essa foi apenas alguns meses depois da minha experiência no hospital com o dinheiro do rosbife. Era época do Natal, e eu estava na fila do caixa no Walmart, pensando em tudo o que eu tinha que fazer. Eu estava vendo um jovem casal na minha frente comprar uma bicicleta de menina. Custava cerca de sessenta e cinco dólares. Vi o homem entregar algumas notas e, em seguida, procurar frustrado nos bolsos por moedas. Então, o casal procurou na bolsa da mulher por dinheiro. Desviei meus olhos para evitar mais constrangimentos para eles. Mesmo naquele momento, eu me senti desconfortável e desajeitada. Eu acho que eles finalmente arranjaram a quantidade certa de dinheiro. Eu estava muito ocupada tentando não notar.
Depois de fazer minhas compras, segui os dois para fora da loja, percebendo que tinha perdido novamente a oportunidade de ajudar. Provavelmente eram apenas alguns dólares que eles precisavam. Para onde tinha ido o meu desejo? Por que eu não poderia ter simplesmente entregado alguns dólares para eles? Outra vez, eu não podia acreditar nisso! Por que minha reação automática não foi simplesmente oferecer talvez um ou dois dólares?
Prestar serviço e torná-lo “conveniente” é um trabalho em andamento. Enquanto estava no templo outra noite, pensei em como o serviço está intimamente relacionado ao sacrifício e à consagração. O serviço é um degrau em direção a essas duas grandes doutrinas de nossa religião. Depende de nós o quão grande é esse passo. Será que os degraus de serviço são gigantescas pedras intransponíveis que pensamos estar no nosso caminho? Ou são apenas pedrinhas macias e redondas sobre as quais pisamos? Se tratarmos o serviço como pequenas pedrinhas úteis que alinham nosso caminho de volta ao Salvador, podemos descobrir que essas pedrinhas se tornam guias convenientes que nos ajudarão ao longo do caminho. Se podemos dominar a tarefa de prestar serviço aos que nos rodeiam, então será mais fácil sacrificar pelos outros e consagrar o que fazemos para o Senhor.
O élder Bruce R. McConkie deu um discurso em abril de 1975 sobre a obediência, a consagração e o sacrifício. Ele disse:
Fizemos convênio, nas águas do batismo, de amá-Lo e servi-Lo, de guardar Seus mandamentos e de priorizar as coisas de Seu reino em nossa vida. Em troca, Ele nos prometeu a vida eterna no reino de Seu Pai. Estamos, portanto, em posição de receber e obedecer a algumas das leis maiores que nos preparam para a vida eterna que tão sinceramente buscamos.
O élder McConkie então continuou dizendo:
Está escrito: “Aquele que não consegue viver a lei de um reino celestial não consegue suportar uma glória celestial.” (D&C 88:22). A lei do sacrifício é uma lei celestial. O mesmo se dá com a lei da consagração. Assim, para alcançar aquela recompensa celestial que tão devotadamente desejamos, precisamos ser capazes de viver essas duas leis.
O sacrifício e a consagração estão inseparavelmente entrelaçados. [“Obedience, Consecration, and Sacrifice” [Obediência, Consagração e Sacrifício], A Liahona, maio de 1975, p. 50; ênfase no original.]
Gostaria de acrescentar: Como podemos falar das leis de sacrifício e consagração sem antes aplicar o serviço em nossa vida? Quando estamos servindo fisicamente a nosso irmão, estamos nos sacrificando – seja nosso tempo, nossas habilidades físicas ou nossas bênçãos materiais. Quando servimos com o espírito correto, praticamos a consagração. Estamos consagrando nosso tempo, nossas habilidades físicas e nossas bênçãos materiais aos outros e, em essência, ao Senhor. O serviço em nossas vidas é semelhante a degraus; a maneira como percebemos ou encontramos o serviço determina o tamanho desses degraus. Será que eles são ajudas ou obstáculos para a nossa progressão eterna?
Assim como trabalhamos conscientemente em outros bons atributos, precisamos colocar em prática uma decisão consciente para tornar o serviço conveniente. Precisamos planejar esse comportamento.
O presidente Thomas S. Monson ensinou aos estudantes da Universidade Brigham Young que seus dias de estudante devem incluir “a questão da preparação espiritual”, incluindo o serviço aos outros:
A missão do Mestre caracteriza-se por uma atitude de amor. Ele deu visão aos cegos, fez os coxos andarem e deu vida aos mortos. Talvez, quando encararmos nosso Criador, Ele não vai nos perguntar: “Quantos cargos você teve?”, mas, sim, “Quantas pessoas você ajudou?” Na verdade, só amamos o Senhor se O servimos ao ajudar Seus filhos. [“Great Expectations [Grandes Expectativas] “, devocional da BYU, 11 de janeiro de 2009]
Eu gostaria de analisar alguns exemplos de como Jesus Cristo prestou serviço. Como foram Suas interações? O serviço foi conveniente para Ele? Vamos dar uma olhada nessas interações.
E eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se tu queres, podes tornar-me limpo.
E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. [Mateus 8:2–3]
E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre.
E ele tocou-lhe a mão. [Mateus 8:14]
Eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.
Levantou-se, pois, Jesus, e o seguiu. [Mateus 9:18]
E eis que uma mulher que por doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla da sua veste: . . .
E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. [Mateus 9:20]
E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
Mas, quando viu as multidões, sentiu-se movido de compaixão por elas. [Mateus 9:35–36]
O que Jesus estava fazendo? Ele disse: “Eu vou”, Ele “tocou”, Ele “levantou-Se”, Ele “virou”, e Ele “ficou movido de compaixão”. Esses são atributos da bondade e do amor. Ele não se incomodava. Era o Seu modo de vida. Quando agimos e servimos como Jesus fez, nos tornamos mais semelhantes a Ele.
Como podemos fazer do serviço o nosso modo de vida? Como podemos fazer com que seja uma reação imediata em vez de uma ação planejada? Como podemos torná-lo conveniente?
Podemos nos preparar para o serviço. Podemos começar com a criação do hábito de estar sempre dispostos ou estar prontos para fazer algo mais. Talvez vocês gostem de cortar a grama, então, se um vizinho precisar de ajuda, essa pode ser sua reação automática: Vocês podem cortar a grama dele. Ou talvez vocês tenham uma receita especial de enchilada de frango que fica ótima todas as vezes – essa pode ser sua reação automática se houver necessidade de uma refeição em sua ala. Talvez vocês tenham um ouvido atento e gostem de conversar, essa pode ser sua reação automática quando um membro da família estiver precisando. A chave é criar reações automáticas dentro de nós mesmos. Não precisam ser grandes atos de serviço.
O presidente Spencer W. Kimball disse:
Portanto, é vital que sirvamos uns aos outros no reino. (. . .) Com muita freqüência, nossos atos de serviço consistem em dar um simples incentivo ou oferecer ajuda em atividades cotidianas, mas que conseqüências gloriosas podem resultar de atos cotidianos e de gestos pequenos, mas conscientes! [“Small Acts of Service” [Pequenos Atos de Serviço], Ensign, dezembro de 1974, p. 5; citado em Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Spencer W. Kimball (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 2006)]
O élder Vaughn J. Featherstone deu um discurso sobre servir quando é inconveniente. Ele disse:
Agora, meus jovens amigos, . . . pensem em todas as oportunidades que vocês terão para servir em momentos inconvenientes. Prometo-lhes que a maior parte do serviço que prestam ao Senhor virá em momentos não convenientes para vocês. Pensem em alguns deles:
Seu chamado para servir uma missão de 18 meses, bem no meio dos estudos, namoro e treinamento vocacional.
Um chamado para servir na ala quando vocês têm notas e uma vida social para manter.
Um convite para discursar na igreja.
Visitas de ministração.
O seminário de manhã cedo, que em muitas estacas começa às 6:00 da manhã, não é uma hora conveniente.
Uma visita de hospital a um amigo doente.
Ajudar um amigo em sua campanha eleitoral escolar.
Alguém com um pneu furado ou outros problemas de automóvel na estrada. Geralmente não é um momento conveniente para parar.
Remover neve ou cortar a grama de alguém necessitado, seja viúva ou vizinho, quando o seu dia já estiver muito cheio.
O élder Featherstone continuou dizendo:
Eu poderia listar muitas, muitas mais oportunidades que podem vir para todos nós ao longo da vida, mas a maioria das vezes elas vêm em um momento inadequado. Vocês podem tomar a decisão de que estão muito ocupados, mas isso geralmente é apenas uma desculpa. . . .
Meus amados jovens amigos, decidam servir uns aos outros. Ouçam o Espírito quando seus corpos estiverem fracos. Pois, na verdade, o Mestre disse: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40). As bênçãos são dez vezes maiores quando fazemos esses atos gentis e bondosos de serviço semelhante a Cristo, quando é inoportuno ou não conveniente. [“The Message: Why Now? Why Me? [A mensagem: Por que agora? Por que eu?] New Era, janeiro a fevereiro de 1984, 7]
Gosto do conselho da irmã Burton de primeiro observar, depois servir (ver “Primeiro Observar e Depois Servir “, A Liahona, novembro de 2012, pp. 78–80). Com que atenção observamos? O que notamos quando passamos por nossas vidas diárias e apressadas? O que vocês podem fazer como estudantes da BYU? Dêem uma olhada ao seu redor. Façam como a irmã Burton disse: Primeiro observar, depois servir. Vejo estudantes sentados sozinhos um semestre inteiro. Vejo alunos não falarem com ninguém durante os intervalos das aulas. Precisamos servir àqueles ao nosso redor primeiro, sejam eles familiares, colegas de quarto ou vizinhos.
Experimentei atos memoráveis de serviço. Eu fui a doadora e a recebedora. No entanto, mesmo com muitos anos de experiência, eu ainda luto com o quão “conveniente” o serviço é. Senti meu coração tocado com amor, compaixão, gratidão e o Espírito. Esses sentimentos não deveriam ser motivação suficiente? Minhas memórias daquelas duas experiências opostas são vívidas. Minha parábola do rosbife me faz lembrar do sentimento que vem do serviço. Minha experiência no Walmart durante o Natal é um acontecimento marcante e reflexivo de não servir e de não observar; na verdade, desviei o olhar da necessidade de oferecer um ou dois dólares.
Sim, o processo de tornar o serviço mais conveniente ainda está em andamento. Prestar serviço ao longo de nossas vidas é como ser conduzido por um belo caminho de pedrinhas. No entanto, para tornar o serviço conveniente, devemos praticar e praticar.
Penso e estudo a vida de nosso Salvador. Como Ele agiu e como serviu é um exemplo para mim. Mais uma vez, o que Jesus estava fazendo? Ele disse: “Eu vou”, Ele “tocou”, Ele “levantou-Se”, Ele “virou”, e Ele “ficou movido de compaixão”. Estes são atributos da bondade e do amor. Ele não se incomodava. Era o seu modo de vida. Que oremos para fazer desse nosso modo de vida também. Digo isso em nome de Jesus Cristo. Amém.
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Sheri Patten Palmer era professora associada da Faculdade de Enfermagem da BYU quando este devocional foi dado em 29 de julho de 2014.