{"id":470,"date":"2024-04-05T10:00:00","date_gmt":"2024-04-05T10:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/?post_type=speech&p=470"},"modified":"2024-04-04T17:22:47","modified_gmt":"2024-04-04T17:22:47","slug":"lutando-contra-comparacoes","status":"publish","type":"speech","link":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/","title":{"rendered":"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"\n

Pretendemos modificar a tradu\u00e7\u00e3o se for necess\u00e1rio. Para dar sugest\u00f5es, envie um e-mail para: speeches.por@byu.edu<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Em nossas aulas de hist\u00f3ria da Igreja, com frequ\u00eancia falamos sobre a import\u00e2ncia \u2014 e a b\u00ean\u00e7\u00e3o \u2014 da franqueza e da sinceridade. Ent\u00e3o, de acordo com esse esp\u00edrito de franqueza, eu me sinto compelido a admitir sinceramente que, quando recebi esse convite do vice-presidente Matthew O. Richardson, eu o contemplei por um dia e depois escrevi um e-mail de desculpas perguntando se havia alguma maneira de eu ser dispensado naquele momento.
<\/p>\n\n\n\n

Algumas coisas me fizeram sentir que eu n\u00e3o queria dar um discurso em um devocional agora. Primeiro, sempre sonhei que minha estreia na BYUtv seria como convidado especial no seriado de com\u00e9dia Studio C<\/em>, e eu simplesmente n\u00e3o queria abrir m\u00e3o desse sonho! Aqueles que me conhecem pessoalmente j\u00e1 sabem que a minha vida inteira seria uma fonte inesgot\u00e1vel de inspira\u00e7\u00e3o para um seriado de com\u00e9dia. Segundo \u2014 e isso s\u00f3 influenciou um pouco mais meu processo para tomar a decis\u00e3o \u2014 eu simplesmente n\u00e3o sabia o que diria no devocional. E isso realmente me afetou muito. Eu pensei em todos os devocionais anteriores que foram t\u00e3o memor\u00e1veis. Eu poderia listar agora v\u00e1rios devocionais da BYU que at\u00e9 hoje tocam meu cora\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, racionalizei que as semanas seguintes poderiam ser muito ocupadas para eu colocar o tempo de prepara\u00e7\u00e3o que isso merecia. Eu me importava demais com os devocionais da BYU para errar! O vice-presidente Richardson respondeu com outro e-mail muito bondoso e compreensivo em que me liberou da obriga\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o me senti culpado.<\/p>\n\n\n\n

Por\u00e9m, na manh\u00e3 seguinte um novo pensamento come\u00e7ou a se formar em minha mente. Foi um daqueles momentos de di\u00e1logo interior \u2014 aqueles momentos que, de alguma forma, podemos sentir que se originam fora de n\u00f3s mesmos. Assim \u00e9 como eu expressaria esse novo pensamento: “Voc\u00ea est\u00e1 me falando mesmo que vai deixar passar essa oportunidade de dedicar o tempo para pensar em algo, se debater com algo e aprender algo, s\u00f3 porque sabe que vai exigir esfor\u00e7o e aten\u00e7\u00e3o? Por que voc\u00ea deixaria passar essa oportunidade de aprender algo que voc\u00ea precisa aprender, de se esfor\u00e7ar para colocar no papel coisas que atualmente apenas vagueiam em sua mente?” E ent\u00e3o me lembrei de uma cita\u00e7\u00e3o do fil\u00f3sofo brit\u00e2nico Francis Bacon que um antigo professor meu costumava repetir: “O escrever d\u00e1 [ao homem] precis\u00e3o.”1<\/sup> De alguma forma, eu sabia que precisava aprender algo com mais precis\u00e3o ao me esfor\u00e7ar para escrev\u00ea-lo.<\/p>\n\n\n\n

Aposto que muitos de voc\u00eas, no final de nosso tempo juntos, talvez desejem que a li\u00e7\u00e3o que aprendi tenha sido deixar as coisas como est\u00e3o quando recebemos e-mails bondosos e compreensivos que nos liberam de uma obriga\u00e7\u00e3o quando n\u00e3o temos nada para dizer. Por\u00e9m, j\u00e1 n\u00e3o me encontrava em condi\u00e7\u00e3o de poder fazer isso. A verdade da situa\u00e7\u00e3o tinha sido revelada e eu sabia que deveria faz\u00ea-lo.<\/p>\n\n\n\n

Mas eu ainda n\u00e3o sabia o que ia dizer. Eu n\u00e3o conseguia me livrar do sentimento de qu\u00e3o bons foram os devocionais passados, ou da sensa\u00e7\u00e3o de me perguntar se poderia estar \u00e0 altura deles. Esta pode ser a minha \u00fanica chance, eu pensei \u2014 se por acaso, \u00e9 claro, o neg\u00f3cio da com\u00e9dia n\u00e3o der certo. O que as pessoas v\u00e3o pensar? E se a melhor coisa que meus familiares puderem me dizer depois for: “Ei, adorei como o maquiador da BYUtv fez suas sobrancelhas parecerem menores”? Como meu discurso de devocional iria se comparar a todos os outros devocionais da BYU? E, em um momento de inspira\u00e7\u00e3o, de repente eu parei. Foi isso mesmo. Ent\u00e3o era isso. Eu precisava dedicar um tempo para lutar contra essa tend\u00eancia perturbadora de se comparar.<\/p>\n\n\n\n

T\u00e3o natural quanto respirar<\/h2>\n\n\n\n

Essa tend\u00eancia de me comparar \u00e9 algo que pondero toda hora porque eu fa\u00e7o isso toda hora. Mas s\u00f3 dizer isso \u00e9 um pouco enganoso. Dizer: “Eu fa\u00e7o isso toda hora”, \u00e9 como dizer: “Eu respiro toda hora”. Simplesmente acontece sem pensar. Sentir quase autom\u00e1tico \u2014 quase natural.<\/em> E esse \u00e9 o ponto. \u00c9 por isso que \u00e9 t\u00e3o perturbador. Aprendemos em Mosias 3 que, quando permanecemos em nosso estado “natural”, temos dificuldade em “[cedermos] ao influxo do Santo Esp\u00edrito”.2 <\/sup>N\u00e3o estamos onde Deus quer que estejamos e n\u00e3o somos o que Ele sabe que podemos<\/em> ser. Estamos em oposi\u00e7\u00e3o a Ele, contr\u00e1rios a Seu plano. Mas tamb\u00e9m, como essas compara\u00e7\u00f5es parecem acontecer muito naturalmente, espero que todos nos sintamos como companheiros de viagem nesta estrada.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, o que o influxo do Santo Esp\u00edrito nos impeliria a fazer? Onde podemos ceder nisso?<\/p>\n\n\n\n

Primeiro, precisamos identificar o problema. Deixem-me deline\u00e1-lo revelando como eu imaginava a narrativa das escrituras em Doutrina e Conv\u00eanios 7, com um pouco de licen\u00e7a po\u00e9tica. Essa se\u00e7\u00e3o acrescenta detalhes importantes ao relato em Jo\u00e3o 21 e conta como Jo\u00e3o expressou seu sincero desejo de ter “poder sobre a morte, para que [pudesse viver] e [trazer] almas a [Cristo]”3<\/sup> at\u00e9 que Jesus venha novamente. Aprendemos na se\u00e7\u00e3o 7 de Doutrina e Conv\u00eanios que Pedro, por outro lado, tinha desejado que ele pudesse “ir rapidamente ter [com o Senhor] em [Seu] reino”. 4<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Assim \u00e9 como eu imaginava essa situa\u00e7\u00e3o. Essa \u00e9 a imagem mental que tinha dessa hist\u00f3ria nas escrituras. Pedro se aproxima do Salvador timidamente e pergunta em voz baixa: “Qual foi o desejo sincero de Jo\u00e3o?” Pedro fica sabendo que Jo\u00e3o desejou permanecer na Terra at\u00e9 a Segunda Vinda para pregar o evangelho. Consigo ver Pedro com um sorriso for\u00e7ado, dizendo: “Nossa, que incr\u00edvel”. Mas em sua mente ele est\u00e1 realmente pensando: “Ahhh! Como fui burro! Por que eu n\u00e3o pedi isso? Por que eu nem sequer pensei <\/em>nisso? Jo\u00e3o \u00e9 muito mais justo do que eu! Sem mencionar que ele corre mais r\u00e1pido do que eu! Por que eu sempre tenho que ser t\u00e3o impulsivo e me precipitar em tudo?”<\/p>\n\n\n\n

Nessa leitura, pode-se presumir que Doutrina e Conv\u00eanios 7:5 seria assim: “Digo-te, Pedro, que [teu desejo de ir rapidamente ao meu reino] foi um bom desejo; mas o meu amado [Jo\u00e3o] desejou fazer mais, ou seja, uma obra ainda maior entre os homens do que aquilo que [tu fizeste, \u00f3 pregui\u00e7oso<\/em>]”. Ainda me lembro de onde eu estava, por\u00e9m, quando me dei conta de que \u00e9 claro que o vers\u00edculo n\u00e3o \u00e9 assim. Aqui est\u00e1 como realmente \u00e9: “Digo-te, Pedro, que esse foi um bom desejo; mas o meu amado desejou fazer mais, ou seja, uma obra ainda maior entre os homens do que aquilo que [ele<\/em>] fez antes”.5<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Eu sinto isso com a for\u00e7a da verdade: nosso Deus perfeito e amoroso n\u00e3o faz compara\u00e7\u00f5es horizontais. Nesse vers\u00edculo, Jesus apenas comparou Jo\u00e3o com o antigo Jo\u00e3o \u2014 Jo\u00e3o com o Jo\u00e3o de antes. Ele apenas comparou Pedro com o Pedro de antes \u2014 com o Pedro anterior. E Ele apenas me compara com o antigo eu.<\/p>\n\n\n\n

Aqui est\u00e1 um exemplo mais contempor\u00e2neo do Presidente Boyd K. Packer quando ele era presidente de miss\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Eu precisava de um novo assistente e tinha orado muito sobre o assunto. Depois, eu agendei confer\u00eancias de zona nas quais conheci e entrevistei todos os mission\u00e1rios, sempre pensando: “\u00c9 este o \u00e9lder?” A resposta por fim chegou: “Este \u00e9 o \u00e9lder.” Ele foi designado. Ele s\u00f3 tinha sido permitido servir uma miss\u00e3o depois de uma consider\u00e1vel melhoria pessoal para se tornar eleg\u00edvel.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Depois de eu anunciar o novo assistente, um dos l\u00edderes de zona veio me ver em particular. Ele era do mesmo bairro que o novo assistente. Ele estava visivelmente perturbado. Sua primeira pergunta foi: “Voc\u00ea realmente conhece o \u00e9lder que designou como seu assistente?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Sim, \u00c9lder. Sei tudo o que voc\u00ea sabe sobre ele, e muito mais”, foi minha resposta.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Por que, ent\u00e3o, ele<\/strong> foi designado como seu assistente?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Ponderei por um momento e depois disse: “\u00c9lder, por que voc\u00ea n\u00e3o faz a pergunta que veio fazer?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

“O que voc\u00ea quer dizer?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Fa\u00e7a a pergunta que realmente est\u00e1 em sua mente”, eu incentivei.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Mas eu j\u00e1 fiz”, disse ele.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o”, eu respondi. “H\u00e1 outra pergunta. O que est\u00e1 em sua mente n\u00e3o \u00e9 ‘Por que ele foi designado como seu assistente’; \u00e9 ‘Por que eu n\u00e3o fui designado?'”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Agora, por favor, entendam. Eu achei muito l\u00f3gica e sensata a pergunta que ele n\u00e3o expressou (…). Eu tive simpatia por esse rapaz e o admiro muito por ele ter tido coragem de falar.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Se voc\u00ea perguntasse por que n\u00e3o foi escolhido”, disse eu, “eu teria que responder: ‘N\u00e3o sei, \u00c9lder’. S\u00f3 sei que ele foi escolhido. Talvez ele falhe. Mas pelo menos sei que ele \u00e9 quem possui a combina\u00e7\u00e3o de talentos, habilidades e qualidades mais aptos para fazer as tarefas necess\u00e1rias no escrit\u00f3rio atualmente.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Isso n\u00e3o reflete a sua capacidade. Talvez voc\u00ea futuramente seja seu presidente e de muitos acima dele. Talvez voc\u00ea seja o bispo ou o presidente de estaca dele. Talvez voc\u00ea chegue a presidir a Igreja. Eu n\u00e3o sei. Mas o chamado dele n\u00e3o reflete a capacidade que voc\u00ea tem. N\u00e3o se magoe por isso.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Volte a trabalhar e sirva ao Senhor. Apoie-o”, eu aconselhei. “Sua disputa n\u00e3o \u00e9 com ele, mas com voc\u00ea mesmo.”<\/em>6<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Preciso ler essa frase marcante de novo: “Sua disputa n\u00e3o \u00e9 com ele, mas com voc\u00ea mesmo.”<\/p>\n\n\n\n

Em outras palavras, aqui est\u00e1 o que disse o \u00c9lder Jeffrey R. Holland sobre o assunto:<\/p>\n\n\n\n

[Deus] n\u00e3o nos julga por nossos talentos ou nossa apar\u00eancia; Ele n\u00e3o nos julga por nossa profiss\u00e3o nem por nossas posses. Ele torce por todo<\/strong> corredor, alertando-os que a corrida \u00e9 contra o pecado, n\u00e3o<\/strong> uns contra os outros.<\/em>7<\/sup><\/em><\/p>\n\n\n\n

Essas s\u00e3o declara\u00e7\u00f5es de tremenda import\u00e2ncia. Essas s\u00e3o declara\u00e7\u00f5es que quero que sejam estampadas em minha mente e escritas nas “t\u00e1buas de carne do [meu] cora\u00e7\u00e3o”.8<\/sup> Simplesmente repetir uma frase como “sua disputa n\u00e3o \u00e9 com ele, mas com voc\u00ea mesmo” ou “a corrida \u00e9 contra o pecado, n\u00e3o<\/em> uns contra os outros” parece um banho frio verbal em nossa alma queimada pelo sol. Ele alivia e esfria, e nossos m\u00fasculos tensos relaxam.<\/p>\n\n\n\n

N\u00f3s j\u00e1 sabemos tudo sobre isso, n\u00e3o \u00e9? Sentimos essas verdades profundamente. Por\u00e9m, se sabemos essas verdades e se elas nos fazem sentir t\u00e3o tranquilizados, ent\u00e3o por que se torna t\u00e3o complicado nos lembrar delas ao deixarmos o ref\u00fagio seguro de um devocional da BYU ou os abra\u00e7os acolhedores de pais, irm\u00e3os ou amigos s\u00e1bios que sempre nos relembram destas verdades?<\/p>\n\n\n\n

Por que ainda \u00e9 t\u00e3o dif\u00edcil? E o que devemos fazer?<\/p>\n\n\n\n

Se \u00e9 como respirar,<\/em> o que devemos fazer?<\/p>\n\n\n\n

O que podemos<\/em> fazer?<\/p>\n\n\n\n

O processo de nos tornar cientes<\/h2>\n\n\n\n

Bem, em primeiro caso, podemos ter aten\u00e7\u00e3o plena. Um aspecto da aten\u00e7\u00e3o plena (e isso sem d\u00favida vem da minha perspectiva como iniciante) \u00e9 prestar aten\u00e7\u00e3o na respira\u00e7\u00e3o \u2014 e coisas boas acontecem. Ent\u00e3o, primeiro, vamos chamar a aten\u00e7\u00e3o para nossa tend\u00eancia de nos comparar. Estejam cientes dela, pensem sobre ela e ponderem bem sobre ela. E aqui est\u00e3o algumas coisas que notamos.<\/p>\n\n\n\n

A mortalidade e a modernidade parecem ser especialmente bem planejadas para nos dar o “curr\u00edculo personalizado”9<\/sup> (uma maravilhosa frase do \u00c9lder Neal A. Maxwell) de que precisamos para enfrentar nossa tend\u00eancia de nos comparar com os outros. E ao nos depararmos com isso, percebemos que nos comparar pode levar a toda esp\u00e9cie de problemas. Por um lado, pode gerar arrog\u00e2ncia. Pode gerar orgulho. Pode gerar desd\u00e9m e desprezo (pensando nas coisas profundas que Arthur C. Brooks disse na cerim\u00f4nia de formatura h\u00e1 duas semanas10<\/sup>). Pode gerar autossatisfa\u00e7\u00e3o, complac\u00eancia e apatia. Por outro lado, pode gerar desespero. Pode gerar ang\u00fastia. Pode gerar sentimentos de inutilidade e vergonha. Eu diria que \u00e9 um instrumento muito poderoso para o pecado e a mis\u00e9ria! O cap\u00edtulo 6 de 3 N\u00e9fi apresenta uma situa\u00e7\u00e3o na qual Satan\u00e1s teve sucesso em fazer com que aqueles santos se vangloriassem nas compara\u00e7\u00f5es e se distinguissem por classes, e como resultado, “a igreja come\u00e7ou a decair”!<\/em>11<\/sup><\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 de admirar que Alma tenha dito que pecou em seu desejo de ser um anjo. Eu sempre achei que isso foi um exagero po\u00e9tico feito por Alma. Afinal, quem poderia criticar o desejo de ter a voz de um anjo para “proclamar arrependimento a todos os povos”?12<\/sup> Mas talvez ele tivesse raz\u00e3o. Talvez ele compreendesse profundamente que as compara\u00e7\u00f5es \u2014 que podem alimentar a inveja, a cobi\u00e7a, o \u00f3dio de si mesmo e a estagna\u00e7\u00e3o da ina\u00e7\u00e3o \u2014 podem realmente ser muito debilitantes mesmo. As compara\u00e7\u00f5es podem nos impedir de desempenhar o papel vital que “o Senhor [nos] concedeu”,13<\/sup> e, por isso, Alma precisava chamar as coisas pelos seus nomes: estava pecando em seu desejo.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o \u00e9 a mesma coisa que ouvimos no discurso cl\u00e1ssico do Presidente Ezra Taft Benson sobre o orgulho  (que sempre vale a pena ler de novo)? O Presidente Benson disse: “O orgulho \u00e9 essencialmente competitivo por natureza”. 14 <\/sup> Ele tamb\u00e9m citou C. S. Lewis:<\/p>\n\n\n\n

O orgulho n\u00e3o tem prazer em ter algo, mas apenas em ter mais do que o pr\u00f3ximo (…). \u00c9 a compara\u00e7\u00e3o que torna uma pessoa orgulhosa: o prazer de sentir-se acima dos outros. Eliminado o elemento da competi\u00e7\u00e3o, o orgulho desaparece.<\/em>15<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Vamos dar uma pausa agora para uma pitada de realidade. Eu posso imaginar minha pr\u00f3pria rea\u00e7\u00e3o a tudo isso se eu estivesse sentado nesta congrega\u00e7\u00e3o. Eu consigo me imaginar pensando: “Muito bom, obrigado. Agora, eu me sinto mal n\u00e3o somente por causa de todas essas compara\u00e7\u00f5es com todas as pessoas ao meu redor, mas eu me sinto pior ainda por perceber que estou pecando<\/em> ao faz\u00ea-lo. Olha que maravilha. Deveria ter ficado na cama hoje”. Se alguma coisa que eu disse provoca esse sentimento, eu entendo. Mas eu acho que outra maneira de enxergar a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 ver como ela pode nos empoderar. Podemos seguir a abordagem de N\u00e9fi. Podemos dizer: “Desperta, minha alma! N\u00e3o te deixes abater pelo pecado”,16<\/sup> e “Por que sucumbiria a tenta\u00e7\u00f5es, para que o maligno tivesse lugar em meu cora\u00e7\u00e3o a fim de destruir minha paz e afligir minha alma?”17<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Podemos notar o quanto essas compara\u00e7\u00f5es s\u00e3o muitas vezes falsas \u2014 ou seja, muitas vezes se baseiam em falsidades e em premissas erradas, tanto as de outras pessoas quanto as nossas.<\/em> Vale a pena notarmos e considerarmos isso e nos lembrarmos constantemente disso.<\/p>\n\n\n\n

Muitas vari\u00e1veis<\/h2>\n\n\n\n

A conversa entre Corior e Alma por bom motivo recebe muita aten\u00e7\u00e3o nas li\u00e7\u00f5es e nos discursos da Igreja. Alma 30 \u00e9 um cap\u00edtulo rico e multifacetado. Mas eu acho que uma das afirma\u00e7\u00f5es de Corior n\u00e3o recebe a aten\u00e7\u00e3o que merece por ser t\u00e3o comprovadamente falsa. Vejam como essa afirma\u00e7\u00e3o \u00e9 relatada em Alma 30:17. Corior afirmou que “cada homem prosperava segundo sua aptid\u00e3o e cada homem conquistava segundo sua for\u00e7a”.18<\/sup> Essa afirma\u00e7\u00e3o simplesmente n\u00e3o \u00e9 verdadeira e, se somos honestos com n\u00f3s mesmos, sabemos que ela n\u00e3o \u00e9 verdade.<\/p>\n\n\n\n

O que eu quero dizer \u00e9 que ningu\u00e9m pode dizer legitimamente, com toda honestidade: “Eu prosperei por causa de minha aptid\u00e3o”, ou “Eu conquistei por causa de minha for\u00e7a”. Sabemos que, na verdade, muitas vari\u00e1veis est\u00e3o envolvidas. Onde nascemos, quando nascemos, nossa ra\u00e7a, nosso sexo, o tipo de educa\u00e7\u00e3o dispon\u00edvel para n\u00f3s, o n\u00edvel de instru\u00e7\u00e3o de nossos pais, marcadores gen\u00e9ticos como a altura e a massa muscular, o momento de nossa inscri\u00e7\u00e3o e o conjunto de candidatos para um concurso ou um emprego \u2014 h\u00e1 tantas coisas que est\u00e3o fora de nosso controle. Todos esses fatores afetam o grau em que at\u00e9 mesmo temos a oportunidade<\/em> de “prosperar” ou “conquistar”. Houve muitos g\u00eanios que n\u00e3o tiveram a mesma oportunidade de prosperar e muitos homens e mulheres fortes que n\u00e3o tiveram a mesma oportunidade de conquistar. Ali\u00e1s, como realmente se manifesta “prosperar” ou “conquistar?”<\/p>\n\n\n\n

Agora, n\u00f3s temos que ter cuidado. Isso n\u00e3o significa que devamos simplesmente nos resignar ao determinismo biol\u00f3gico ou circunstancial, nem nos entregar ao derrotismo. O arb\u00edtrio \u00e9 uma realidade e uma d\u00e1diva incompar\u00e1vel. Mas podemos ver por que as compara\u00e7\u00f5es simplesmente n\u00e3o s\u00e3o justas \u2014 nem para n\u00f3s, nem para outras pessoas? H\u00e1 muitas vari\u00e1veis envolvidas. \u00c9 por isso que o grau de dificuldade \u00e9 importante nos saltos ornamentais \u2014 e na vida, como o \u00c9lder Maxwell nos lembraria.19<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Tudo isso serve para dizer que certamente devemos ser mais compassivos com todos<\/em>, porque n\u00e3o sabemos quais fardos eles est\u00e3o carregando ou como a vida os est\u00e1 puxando para baixo. E certamente devemos ser mais humildes quando formos bem-sucedidos. \u00c9 de se admirar que o rei Benjamim perguntou: “Podeis dizer algo de v\u00f3s mesmos? Respondo-vos: N\u00e3o”.20<\/sup> Eu me pergunto quantas portas foram abertas em minha vida porque fui criado em Hooper, Utah. Eu n\u00e3o posso me atribuir o m\u00e9rito do privil\u00e9gio de ser daquela bela cidade \u00e0s margens do Grande Lago Salgado.<\/p>\n\n\n\n

N\u00f3s precisamos reconhecer que o privil\u00e9gio \u00e9 real. O preconceito \u00e9 real. A injusti\u00e7a \u00e9 real. Lembrem-se de que Corior era um anticristo.<\/em> A afirma\u00e7\u00e3o comprovadamente falsa de que prosperamos segundo nossa<\/em> aptid\u00e3o parece ser outra maneira de negar que precisamos de Cristo \u2014 ou que precisamos de qualquer pessoa.<\/em> Pensem na mensagem central de Ef\u00e9sios 2:8\u20139. N\u00f3s precisamos ser lembrados de que \u00e9 “pela gra\u00e7a” que somos salvos.21<\/sup> \u00c9 dom de Deus, para que nenhum de n\u00f3s “se glorie”!22<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Por outro lado, ent\u00e3o, podemos confiar que a gra\u00e7a do Senhor basta<\/em> para, no final, reverter toda a injusti\u00e7a, compensar toda a perda23<\/sup> e fazer com que as coisas fracas se tornem fortes.<\/p>\n\n\n\n

Quando nos deparamos com nossa fraqueza, \u00c9ter 12:27 \u00e9 uma boa escritura para lermos de novo. Somos lembrados de que o Senhor d\u00e1 aos homens e \u00e0s mulheres “a fraqueza a fim de que sejam humildes”.24<\/sup> N\u00e3o se diz fraquezas,<\/em> mas, sim, a fraqueza. A fraqueza. Uma condi\u00e7\u00e3o universal compartilhada: a mortalidade. A mortalidade nos torna humildes \u2014 vez ap\u00f3s vez. E eu opino que essa tend\u00eancia de se comparar faz parte da mortalidade e que \u00e9 universal \u2014 em menores e maiores graus, \u00e9 claro. Quando esse reconhecimento nos torna humildes, podemos confiar que, por meio da gra\u00e7a abrangente do Senhor, as coisas fracas podem se tornar fortes.<\/p>\n\n\n\n

E isso \u00e9, no final, a \u00fanica coisa a que podemos recorrer, “o \u00fanico nome” pelo qual pode “[vir] a salva\u00e7\u00e3o”.25<\/sup> Eu percebo, vez ap\u00f3s vez, que n\u00e3o posso vencer isso sozinho. Eu percebo, vez ap\u00f3s vez, que n\u00e3o preciso<\/em> vencer isso sozinho.<\/p>\n\n\n\n

A humildade de uma crian\u00e7a<\/h2>\n\n\n\n

O que o \u00c9lder Ronald A. Rasband lembrou aos educadores religiosos h\u00e1 tr\u00eas meses \u00e9 a mesma mensagem que eu tenho sentido profundamente em meu cora\u00e7\u00e3o, e me sinto incapaz de transmiti-la com a intensidade que ela merece. O \u00c9lder Rasband intitulou seu discurso “Jesus Cristo \u00e9 a resposta”.26<\/sup> Essa \u00e9 a mensagem que todos precisamos ouvir. Neste dilema humano, Jesus \u00e9 a resposta: Seus ensinamentos, Seu exemplo e Seu poder para efetuar uma mudan\u00e7a de cora\u00e7\u00e3o \u2014 uma mudan\u00e7a duradoura e salvadora \u2014 em cada um de n\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

Vamos pensar nos ensinamentos de Jesus Cristo. Quando nos achamos preocupados com como nos comparamos ao olharmos para todos \u00e0 nossa volta, e quando nos achamos preocupados com o que os outros pensam de n\u00f3s, pelo menos n\u00e3o estamos sozinhos nisso! Sou muito grato que os escritores das escrituras foram honestos o suficiente (at\u00e9 mesmo, em alguns casos, honestos o suficiente sobre si mesmos!) para incluir relatos que mostram que os ap\u00f3stolos de Jesus tiveram dificuldades com isso, e at\u00e9 discutiram sobre isso.27<\/sup> Quando eles Lhe perguntaram: “Quem \u00e9 o maior no reino dos c\u00e9us?” (pergunta essa que talvez seja o campe\u00e3o de todas as perguntas motivadas pela compara\u00e7\u00e3o!), lemos que “Jesus [chamou] uma crian\u00e7a (…) e disse (…): Aquele que se humilhar como esta crian\u00e7a, esse \u00e9 o maior no reino dos c\u00e9us”.28<\/sup><\/p>\n\n\n\n

E essa escritura j\u00e1 traz \u00e0 mente outras semelhantes a ela. N\u00f3s lembramos que uma das maneiras que o rei Benjamim recomendou para vencermos nosso estado de homem ou mulher natural \u00e9 nos tornarmos como uma crian\u00e7a.29<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Eu tenho quatro filhos maravilhosos \u2014 Parley, Marshall, Truman e Ashley \u2014 e aprendi muitas li\u00e7\u00f5es com eles. Uma imagem t\u00e3o v\u00edvida em minha mente hoje quanto quando aconteceu h\u00e1 12 anos foi quando eu estava jogando com meus dois filhos mais velhos, Parley e Marshall, com uma bola de futebol americano. Parley tinha cinco ou seis anos de idade; Marshall tinha uns tr\u00eas. Eu jogava a bola para cada um deles alternadamente. Parley quase sempre pegava a bola. Marshall, nem tanto.<\/p>\n\n\n\n

Posso ver Marshall se concentrando, olhando para a bola \u2014 e nunca conseguindo peg\u00e1-la. N\u00e3o importava como eu jogava a bola, parecia que ela sempre acertava a cabe\u00e7a de Marshall ao passar direto por suas m\u00e3os, que fechavam para pegar a bola muito cedo ou muito tarde. Felizmente, a bola era muito macia e infl\u00e1vel. Por\u00e9m, o que eu nunca vou esquecer \u00e9 o seguinte: Marshall aplaudia, pulava e gritava por alegria toda vez que Parley pegava a bola. Eu ainda consigo ouvir a vozinha dele gritando: “Boa pegada, Par!” ou “Foi \u00f3timo, Par!” E ent\u00e3o ele perdia a pr\u00f3xima bola que eu lhe jogava. Mas, de alguma forma, isso n\u00e3o diminu\u00eda o entusiasmo que Marshall tinha pelo sucesso de Parley. De alguma forma, ele sabia que sua disputa n\u00e3o era com Parley. Ele podia ter alegria no sucesso de Parley. Como podemos recuperar esse sentimento de celebra\u00e7\u00e3o infantil pela boa sorte das outras pessoas?<\/p>\n\n\n\n

Menos em n\u00f3s mesmos<\/h2>\n\n\n\n

Acho que recuperamos esse sentimento pensando menos em n\u00f3s mesmos. Essa declara\u00e7\u00e3o exige muitos esclarecimentos. Todos n\u00f3s temos que estar atentos \u00e0s maneiras pelas quais um sincero desejo de altru\u00edsmo pode, em algumas situa\u00e7\u00f5es terr\u00edveis, ser manipulado para codepend\u00eancia ou vitimiza\u00e7\u00e3o. Saibam que, se vemos isso acontecendo com outras pessoas \u00e0 nossa volta ou com n\u00f3s mesmos, nunca somos chamados a nos abnegar de modo que prejudique nosso bem-estar mental, f\u00edsico ou emocional. Algumas das melhores coisas que podemos fazer por n\u00f3s mesmos ou por outras pessoas \u00e9 acabarmos com esse tipo de abuso. Lembrem-se de que Jesus disse que devemos cortar m\u00e3os ou olhos que nos escandalizam, e a Tradu\u00e7\u00e3o de Joseph Smith deixa claro que esse corte pode incluir os ditos amigos e familiares e aqueles em quem confiamos, que est\u00e3o nos guiando por caminhos perniciosos.30<\/sup> Essas s\u00e3o situa\u00e7\u00f5es que n\u00e3o podem ser ignoradas.<\/p>\n\n\n\n

Mas com essa importante ressalva sempre em nossa mente, escutem como o Presidente Dieter F. Uchtdorf ilustrou o que \u00e9 o tipo certo<\/em> de altru\u00edsmo, no melhor sentido:<\/p>\n\n\n\n

Quando vemos o mundo a nosso redor atrav\u00e9s da lente do puro amor de Cristo, come\u00e7amos a compreender a humildade.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Alguns acham que humildade significa autodeprecia\u00e7\u00e3o. Humildade n\u00e3o significa convencer-nos de que somos imprest\u00e1veis, indignos e sem valor. Tampouco significa negar ou reter os talentos que Deus nos deu. N\u00e3o descobrimos a humildade tendo um conceito pior de n\u00f3s mesmos. Descobrimos a humildade pensando menos em n\u00f3s mesmos.<\/em>31<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Escutem como C. S. Lewis o descreveu:<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o pense que, se voc\u00ea se encontrar com um homem realmente humilde, ele ser\u00e1 o que as pessoas chamam de “humilde\u201d hoje em dia: n\u00e3o ser\u00e1 uma (…) pessoa (…) que est\u00e1 sempre lhe dizendo que n\u00e3o \u00e9 nada. Provavelmente tudo o que voc\u00ea vai pensar a respeito dele \u00e9 que ele parecia uma pessoa alegre e inteligente que se interessou muito pelo que voc\u00ea<\/strong> disse a ele<\/strong> (…). Ele n\u00e3o estar\u00e1 pensando sobre a humildade; n\u00e3o estar\u00e1 pensando em si mesmo de modo algum.<\/em>32<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Essa descri\u00e7\u00e3o n\u00e3o se encaixa perfeitamente com a imagem do Filho de Deus se ajoelhando diante de disc\u00edpulos cansados e confusos, e lavando seus p\u00e9s? N\u00e3o \u00e9 isso Jesus \u2014 enquanto estava na cruz \u2014 atribuindo as responsabilidades de um filho a Jo\u00e3o por causa da preocupa\u00e7\u00e3o de Jesus com Sua m\u00e3e desolada? Isso \u00e9 Jesus, escolhendo ser h\u00f3spede na casa de um publicano sem se preocupar com a forma em que Sua reputa\u00e7\u00e3o poderia ser prejudicada aos olhos dos murmuradores. Isso \u00e9 Jesus, imune \u00e0s cr\u00edticas das pessoas que, se vivessem no mundo atual, estariam fazendo esses mesmos julgamentos cr\u00edticos nas se\u00e7\u00f5es de coment\u00e1rios das publica\u00e7\u00f5es nas m\u00eddias sociais. Isso \u00e9 Jesus, com sinceridade e de todo o cora\u00e7\u00e3o, desviando o louvor e glorificando Seu Pai. E assim por diante.<\/p>\n\n\n\n

Uma breve hist\u00f3ria da irm\u00e3 Susan W. Tanner ilustra isso t\u00e3o lindamente quanto qualquer outra coisa que eu j\u00e1 ouvi. Ela servia como presidente geral da organiza\u00e7\u00e3o das Mo\u00e7as da Igreja quando relatou isso em um discurso da Confer\u00eancia Geral de outubro de 2005:<\/p>\n\n\n\n

Lembro-me muito bem da inseguran\u00e7a que sentia quando era adolescente e tinha muitas espinhas. Eu tentava cuidar devidamente da minha pele. Meus pais me ajudaram a receber atendimento m\u00e9dico. Passei anos sem comer chocolate nem as comidas gordurosas das lanchonetes que os adolescentes costumam frequentar, mas sem nenhum sinal de cura. Foi dif\u00edcil para mim naquela \u00e9poca, ser plenamente grata por aquele corpo que me causava tanto sofrimento. Mas minha boa m\u00e3e ensinou-me uma lei mais elevada. Ela me disse muitas e muitas vezes: “Voc\u00ea tem que fazer tudo o que puder para tornar sua apar\u00eancia agrad\u00e1vel, mas assim que sair pela porta, esque\u00e7a-se de voc\u00ea e concentre-se nos outros.”<\/em>33<\/sup><\/p>\n\n\n\n

\u00c9 s\u00f3 isso. Em um belo resumo, \u00e9 isso.<\/p>\n\n\n\n

Pensem em todas as perguntas que nos bombardeiam diariamente: fui escolhido para uma posi\u00e7\u00e3o de lideran\u00e7a na minha miss\u00e3o? Marquei mais pontos que meu rival no jogo de basquete? Tirei a nota mais alta da minha turma na prova? Fui eu o \u00fanico aluno da BYU que conseguiu um est\u00e1gio? Toquei de modo mais impec\u00e1vel em minha audi\u00e7\u00e3o musical do que todos os outros? Meu coment\u00e1rio engra\u00e7ado na Escola Dominical fez mais pessoas rirem do que o coment\u00e1rio de meu colega de quarto? Se eu olhar para a esteira ao lado da minha, ser\u00e1 que estou correndo em um ritmo mais r\u00e1pido? E assim por diante. Todas essas perguntas constantes tratam somente de mim. E \u00e9 exaustivo.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o parece libertador pensarmos menos em n\u00f3s mesmos \u2014 e at\u00e9 n\u00e3o pensarmos em n\u00f3s mesmos de forma alguma? E ainda fazer isso sem esfor\u00e7o, t\u00e3o naturalmente quanto respirar, porque \u00e9 simplesmente nossa natureza? Como se a armadura de Deus que vestimos fosse hidrof\u00f3bica, de modo que nada disso \u2014 n\u00e3o a lisonja, n\u00e3o a preocupa\u00e7\u00e3o com como nos comparamos e n\u00e3o as inseguran\u00e7as alimentadas pela falta de retweets \u2014 poderia at\u00e9 mesmo aderir a n\u00f3s?<\/p>\n\n\n\n

Jesus \u00e9 a resposta: Seus ensinamentos, Seu exemplo e especialmente Seu poder para efetuar essa mudan\u00e7a em nosso cora\u00e7\u00e3o. Eu sou muito grato por Mor\u00f4ni 7:48:<\/p>\n\n\n\n

Portanto, meus amados irm\u00e3os, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso cora\u00e7\u00e3o, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que s\u00e3o verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele \u00e9; que tenhamos esta esperan\u00e7a; que sejamos purificados, como ele \u00e9 puro. Am\u00e9m.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Am\u00e9m, sim!<\/p>\n\n\n\n

Quando rogamos com toda a energia de nosso cora\u00e7\u00e3o e nos esfor\u00e7amos para ser verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, esse puro amor de Cristo \u00e9 concedido a n\u00f3s. Ele nos preenche. Isso \u00e9 muito importante nesta \u00e1rea espec\u00edfica de nossas “lutas interiores”34<\/sup> (uma frase pertinente do hino “Mais Vontade D\u00e1-me” em ingl\u00eas) porque a caridade torna impotente essa tenta\u00e7\u00e3o de nos comparar. Isso porque, quando somos cheios de caridade que “n\u00e3o busca os seus interesses”,35<\/sup> somos purificados assim como Jesus \u00e9 puro.<\/p>\n\n\n\n

Uma \u00e1rea em que precisamos desse poder purificador est\u00e1 em nossos motivos. O Presidente Benson disse sabiamente sobre o orgulho que “o pecado se manifesta nos motivos pelos quais fazemos as coisas”.36<\/sup><\/sup><\/p>\n\n\n\n

Eu ouvi o historiador Richard Lyman Bushman dizer isso com tal for\u00e7a. Quando nossos motivos s\u00e3o puros, quando agimos com um cora\u00e7\u00e3o puro e quando nossa \u00fanica<\/em> inten\u00e7\u00e3o \u00e9 aben\u00e7oar outras pessoas, as compara\u00e7\u00f5es orgulhosas s\u00e3o desarmadas. Elas n\u00e3o influenciam nosso pensamento. Quando formos cheios de caridade, seremos como o Salvador. Por que ser puro era t\u00e3o natural para Ele? Porque, simplesmente, Ele sabia<\/em> quem era, e Ele nos conhece. Ele verdadeiramente nos conhece, e realmente v\u00ea quem somos. Isso muda tudo. Se nos perguntarmos se Jesus se comparava ou n\u00e3o \u00e0s pessoas ao Seu redor, ou se Ele se sentia consolado no lugar em que Ele estava “na escala do sucesso mundano”37<\/sup> e em quem estava abaixo Dele, a pergunta imediatamente se torna rid\u00edcula. N\u00f3s lembramos que este \u00e9 o Salvador que tem o objetivo de nos tornar \u2014 na linguagem de Doutrina e Conv\u00eanios 88 \u2014 “igualados a ele”! 38<\/sup> N\u00e3o h\u00e1 inveja, nem competi\u00e7\u00e3o. Se a tenta\u00e7\u00e3o de Se comparar se apresentou, Ele “n\u00e3o [lhe] deu aten\u00e7\u00e3o”.39<\/sup> E n\u00f3s podemos ser como Ele \u00e9.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o dar aten\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n

A verdade \u00e9 que n\u00f3s vamos sair desta sala e voltar para a panela de press\u00e3o. As universidades, o mercado de trabalho, as m\u00eddias sociais (ai, m\u00eddias sociais!) e at\u00e9 o basquete da Igreja est\u00e3o todos configurados sistematicamente, quase inerentemente, para for\u00e7ar compara\u00e7\u00f5es sobre n\u00f3s. Mas isso n\u00e3o significa que temos que dar aten\u00e7\u00e3o!<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 alguns anos, depois de havermos lido em uma aula uns trechos do discurso do Presidente Benson sobre o orgulho, inclusive algumas das passagens que lemos hoje sobre a competi\u00e7\u00e3o e a compara\u00e7\u00e3o, um aluno perguntou: “Ent\u00e3o como \u00e9 que eu devo praticar esportes?” Para ser sincero, eu n\u00e3o tive nenhuma resposta f\u00e1cil naquela ocasi\u00e3o e n\u00e3o tenho nenhuma resposta f\u00e1cil agora. \u00c9 dif\u00edcil, sim.<\/em> Mas eu digo que n\u00e3o devemos nos afastar desses cadinhos de compara\u00e7\u00e3o nos quais nosso car\u00e1ter \u00e9 forjado e nos quais podemos realmente praticar o que temos falado aqui.<\/p>\n\n\n\n

N\u00f3s podemos praticar esportes e sentir a emo\u00e7\u00e3o de nossos m\u00fasculos esticarem e reagirem ao aprendermos novas habilidades e aplicarmos as coisas que praticamos; nossa disputa pode ser apenas com n\u00f3s mesmos e podemos honestamente comemorar os sucessos de outras pessoas. N\u00f3s podemos fazer nossas provas na escola sem nos preocupar com como nossas notas se comparam \u00e0s de outras pessoas. Em vez disso, n\u00f3s podemos nos medir contra n\u00f3s mesmos e sentir a emo\u00e7\u00e3o de utilizarmos novo conhecimento para resolver novos problemas. (Tudo bem, eu admito que posso estar me tornando um pouco po\u00e9tico demais sobre a emo\u00e7\u00e3o de comemorar novo conhecimento quando temos que fazer exames na escola, mas voc\u00eas me entendem.) N\u00f3s podemos tocar pe\u00e7as musicais, pintar pinturas, escrever hist\u00f3rias e participar da alegria que essas express\u00f5es de talentos e trabalho \u00e1rduo trar\u00e3o a outras pessoas.<\/p>\n\n\n\n

Pensem em como Jesus usou liberalmente Seus talentos e dons para aben\u00e7oar outras pessoas, muitas e muitas vezes. Isso n\u00e3o se trata de se esconder debaixo de um alqueire; se trata de n\u00e3o nos preocuparmos com o quanto nossa luz brilha em compara\u00e7\u00e3o \u00e0 pessoa ao nosso lado. Isso se trata de termos motivos puros \u2014 de sermos purificados, como Ele \u00e9 puro. Afinal, Jesus \u00e9 a pr\u00f3pria luz que queremos levantar!40<\/sup> E como precisamos dessa luz! Como o mundo precisa dessa luz! Por qu\u00ea? Porque n\u00f3s chegamos a perceber que todos,<\/em> de uma forma ou de outra, sentem essas inseguran\u00e7as. \u00c9 vital que estendamos a m\u00e3o para elevar os outros porque todos sentimos o peso disso tentando nos derrubar. H\u00e1 at\u00e9 uma s\u00edndrome para descrever esse peso: a s\u00edndrome do impostor.41<\/sup> \u00c9 o sentimento persistente de que, n\u00e3o importa o que tenha realizado, mais cedo ou mais tarde algu\u00e9m descobrir\u00e1 que voc\u00ea simplesmente n\u00e3o \u00e9 bom o suficiente, que voc\u00ea n\u00e3o pertence e que suas qualifica\u00e7\u00f5es realmente s\u00e3o uma farsa. Em um mundo em que esse peso aflige a todos, precisamos de pessoas que respondam ao chamado do Presidente Benson de “vence[r] a inimizade para com nossos irm\u00e3os e nossas irm\u00e3s, [estim\u00e1-los] como a n\u00f3s pr\u00f3prios e [elev\u00e1-los] at\u00e9 onde estamos ou mais alto ainda”.42<\/sup><\/p>\n\n\n\n

O que realmente importa<\/h2>\n\n\n\n

Todo esse esfor\u00e7o \u00e9 repleto de paradoxos, mas, como Terryl L. Givens disse t\u00e3o bem, como disc\u00edpulos de Cristo, somos um “povo de paradoxo”!43<\/sup> Essas pr\u00f3prias tens\u00f5es podem ser muito produtivas. A melhor maneira de lembrar que nossas disputas s\u00e3o apenas com n\u00f3s mesmos \u00e9 pensar menos em n\u00f3s mesmos. A melhor maneira de parar de nos comparar aos outros \u00e9 pensar mais nos outros! Quando n\u00e3o encontramos uma resposta f\u00e1cil, \u00e9 minha esperan\u00e7a e ora\u00e7\u00e3o que o Esp\u00edrito nos ensine sobre essas “coisas pac\u00edficas do reino”,44<\/sup> mesmo quando s\u00e3o dif\u00edceis de expressar.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que voc\u00eas e eu vamos falhar em muitas coisas que tentamos fazer, e aos olhos daqueles que fazem compara\u00e7\u00f5es, todos n\u00f3s vamos muitas vezes n\u00e3o alcan\u00e7ar a expectativa. Sempre haver\u00e1 algu\u00e9m ou algo melhor que n\u00f3s. Voc\u00eas v\u00e3o receber e-mails, recados de voz ou mensagens de texto \u2014 talvez at\u00e9 hoje mesmo \u2014 lhes informando que outra pessoa foi contratada para um emprego, que outra pessoa foi escolhida para o time, que algu\u00e9m n\u00e3o est\u00e1 interessado em um segundo encontro, que outra pessoa foi chamada como presidente da Sociedade de Socorro, e assim por diante. Mas n\u00e3o <\/em>considerem isso uma medida de seu valor. Decep\u00e7\u00f5es magoam, sim, mas tamb\u00e9m podem ser maravilhosamente, embora dolorosamente, formativas. Todas as coisas realmente podem “[contribuir] juntamente para o bem daqueles que amam a Deus”.45<\/sup> Mas n\u00e3o permitam que a tenta\u00e7\u00e3o de se comparar d\u00ea a essas decep\u00e7\u00f5es um poder destrutivo. Essas compara\u00e7\u00f5es s\u00e3o falsidades; elas n\u00e3o medem adequadamente \u2014 e n\u00e3o podem<\/em> medir \u2014<\/em> o que realmente importa. Quando as decep\u00e7\u00f5es vierem, vamos respirar fundo e lembrar o que realmente<\/em> importa.<\/p>\n\n\n\n

Eu lembro que me marcou muito quando ouvi algu\u00e9m citar o que o Presidente David O. McKay disse sobre imaginar nossa futura entrevista com o Senhor. O \u00c9lder Robert D. Hales citou isso em um devocional da BYU em 1988. O foco da entrevista hipot\u00e9tica do Presidente McKay era a qualidade de nossos relacionamentos, com especial aten\u00e7\u00e3o \u00e0s pessoas de nossa fam\u00edlia imediata. De forma precisa e deliberada, o Presidente McKay salientou que o Senhor n\u00e3o perguntar\u00e1 sobre nossas profiss\u00f5es, sen\u00e3o nossa integridade. Ele n\u00e3o examinar\u00e1 nosso curr\u00edculo de chamados na Igreja, sen\u00e3o nosso interesse em ministrar a outras pessoas.46<\/sup> Essas s\u00e3o as coisas que realmente importam.<\/p>\n\n\n\n

C. S. Lewis prop\u00f4s certa vez: “Talvez pensemos que Deus simplesmente queria obedi\u00eancia a um conjunto de regras, ao passo que Ele realmente quer pessoas com um determinado car\u00e1ter”.47<\/sup> Eu opino que isso inclui se tornar uma pessoa que se livra da tend\u00eancia de se comparar como se fosse \u00e1gua caindo das costas de um pato. Tal como Le\u00ed em seu sonho, n\u00e3o damos aten\u00e7\u00e3o \u00e0s vozes desviadoras ou aos que zombam de n\u00f3s.48<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, tendo dito tudo isso, em nossos esfor\u00e7os para nos tornarmos pessoas com um determinado car\u00e1ter, como avaliamos nosso progresso? Bem, n\u00e3o nos comparando! Esse \u00e9 outro paradoxo. Se n\u00e3o tomarmos cuidado, podemos cair na armadilha que j\u00e1 est\u00e1 nos esperando. Voc\u00eas n\u00e3o podem ouvir a si mesmos dizendo: “Eu estou me saindo muito bem com esse neg\u00f3cio de n\u00e3o me comparar. Aposto que me comparo aos outros muito menos do que meu colega de quarto”. E j\u00e1 come\u00e7ou tudo de novo. Uma coisa de que todos precisamos \u00e9 algo que o \u00c9lder Maxwell recomendou em outro discurso cl\u00e1ssico e indispens\u00e1vel intitulado “Apesar de Minha Fraqueza”. Aqui est\u00e1 uma de suas recomenda\u00e7\u00f5es para ajudar a lidar com o que ele chamou de “esses sentimentos de inadequa\u00e7\u00e3o”:<\/p>\n\n\n\n

Podemos fazer um invent\u00e1rio mais honesto de nossos pontos fortes, pois, nesse sentido, a maioria de n\u00f3s somos contadores desonestos e precisamos de “auditores externos” para confirmarem nossa avalia\u00e7\u00e3o.<\/em>49<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Tenho que parar agora para reconhecer minha profunda e pessoal gratid\u00e3o por tantos “auditores externos” em minha vida, especialmente minha esposa e minha m\u00e3e, que personificam tudo o que falamos hoje e que s\u00e3o assim por natureza! N\u00f3s podemos ser aqueles auditores externos t\u00e3o importantes de que outras pessoas precisam.<\/p>\n\n\n\n

Eu tamb\u00e9m tenho certeza de que o Presidente Benson nos diria, tal como fez em 1989:<\/p>\n\n\n\n

Devemos ter cuidado, em nossos esfor\u00e7os de nos tornarmos mais semelhantes a Deus, para n\u00e3o perder o \u00e2nimo e a esperan\u00e7a. Tornar-se como Cristo \u00e9 um trabalho para a vida toda, e muito frequentemente exige desenvolvimento e mudan\u00e7as que s\u00e3o lentas e quase impercept\u00edveis.<\/em><\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o devemos perder a esperan\u00e7a (…)<\/em> O Senhor Se agrada com cada esfor\u00e7o di\u00e1rio, por menor que seja, em que nos esfor\u00e7amos para ser mais semelhantes a Ele.<\/em>50<\/sup><\/p>\n\n\n\n

Com esfor\u00e7os di\u00e1rios, por menores que sejam, ent\u00e3o, n\u00f3s praticamos. N\u00f3s purificamos nossos motivos. N\u00f3s oramos com toda a energia de nosso cora\u00e7\u00e3o para que o Senhor nos encha do amor e da gra\u00e7a que tornam nossa pr\u00e1tica e nossa purifica\u00e7\u00e3o eficazes \u2014 at\u00e9 que tudo isso seja t\u00e3o natural e sem esfor\u00e7o quanto respirar, como o amor entre pais e filhos e como o amor entre irm\u00e3os ou amigos fi\u00e9is.<\/p>\n\n\n\n

E por fim, n\u00f3s combatemos a falsidade com a verdade: n\u00f3s vemos a mentira de Corior e a superamos com uma verdade sobre o reino celestial, o reino no qual “[vemos] como [somos] vistos e [conhecemos] como [somos] conhecidos”.51<\/sup> Ser\u00e1 que podemos orar para ter um vislumbre mais claro disso aqui e agora? Ser\u00e1 que podemos orar mais para ver as pessoas dessa maneira? Ser\u00e1 que nossas ora\u00e7\u00f5es e compara\u00e7\u00f5es podem se concentrar em como estamos nos tornando “nova[s] criatura[s]” em Cristo,52<\/sup> e at\u00e9 que ponto Sua gra\u00e7a nos levou e ainda poder\u00e1 nos levar al\u00e9m de quem temos sido?<\/p>\n\n\n\n

Escutem mais uma hist\u00f3ria. Amo essa hist\u00f3ria tanto quanto qualquer outra que j\u00e1 apareceu nas revistas da Igreja.<\/em> Chama-se “O visitante”, de Ken Merrell, da edi\u00e7\u00e3o de novembro de 2001 de A Liahona<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

Quando eu tinha dezoito anos, enquanto me preparava para servir miss\u00e3o, meu bispo me chamou para ser professor da classe dos Raios de Sol (…).<\/em><\/p>\n\n\n\n

Um dia, convidei Mike para ir \u00e0 igreja e assistir a uma aula em minha classe. Mike tinha a minha idade, mas tinha deixado totalmente de ir \u00e0 Igreja desde os doze anos. Continuamos amigos com o passar dos anos (…). De vez em quando, Mike aceitava meus convites para ir a uma atividade. Quando eu o via, era sempre uma surpresa; por isso continuei a convid\u00e1-lo.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Naquela \u00e9poca, Mike tinha cabelos compridos e escuros e usava barba (…). N\u00e3o me lembro de quando fiz o convite para a minha aula da Prim\u00e1ria, mas um dia ele apareceu.<\/em><\/p>\n\n\n\n

“Crian\u00e7as, este \u00e9 o meu amigo, Mike”, disse eu, dando in\u00edcio \u00e0 aula. “Ele est\u00e1 nos visitando hoje.”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Mike sentou-se perto de mim. As crian\u00e7as sentaram-se em um semic\u00edrculo com os olhos fixos em Mike. Estavam mais quietos do que de costume. J\u00e1 se haviam passado cinco ou seis minutos depois da aula quando um dos meninos levantou-se, caminhou at\u00e9 a frente da sala e parou bem em frente ao meu amigo (…). As outras crian\u00e7as observaram os dois por alguns minutos (…). Foi ent\u00e3o que aconteceu (…).<\/em><\/p>\n\n\n\n

Com a inoc\u00eancia de uma crian\u00e7a,<\/em> [o menino] perguntou a Mike: “Voc\u00ea \u00e9 Jesus?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

A express\u00e3o no rosto de Mike era de total surpresa. Pelo rosto das crian\u00e7as, parecia que todas tinham a mesma pergunta em mente.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Mike olhou para mim, como se perguntasse: “Socorro! O que eu digo agora?”<\/em><\/p>\n\n\n\n

Adiantei-me e disse: “N\u00e3o, este n\u00e3o \u00e9 Jesus. \u00c9 o irm\u00e3o Dele”.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Mike olhou para mim, chocado.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Depois, sem hesita\u00e7\u00e3o, o menino (…) estendeu os bra\u00e7os e colocou-os em volta do pesco\u00e7o dele. “D\u00e1 para ver”, disse enquanto abra\u00e7ava Mike.<\/em>53<\/sup><\/p>\n\n\n\n

O autor encerra a hist\u00f3ria dizendo que pouco mais de um ano depois, Mike estava servindo como mission\u00e1rio. Eu acho que naquele dia, ele foi lembrado de algo em que n\u00e3o pensava havia muito, muito tempo.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, eu digo a voc\u00eas e a mim mesmo o seguinte: Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos ver como somos vistos. Vamos repetir: “Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo. A corrida \u00e9 contra o pecado, n\u00e3o uns contra os outros”. Depois, devemos rogar com toda a energia de nosso cora\u00e7\u00e3o para que sejamos cheios do puro amor de Cristo, que \u00e9 “o autor e aperfei\u00e7oador de [nossa] f\u00e9”.54<\/sup>  Devemos nos recusar a deixar que as mentiras “[interrompam nosso] regozijo”55<\/sup> nas verdades que s\u00e3o mais profundas e convincentes do que a falsidade das compara\u00e7\u00f5es. E ent\u00e3o precisamos sair pela porta, esquecer-nos de n\u00f3s mesmos e come\u00e7ar a concentrar-nos nos outros.<\/p>\n\n\n\n

Em nome de Jesus Cristo. Am\u00e9m.<\/p>\n\n\n\n

\u00a9 Brigham Young University. Todos os direitos reservados<\/a><\/p>\n\n\n\n

<\/p>\n","protected":false},"template":"","tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\nLutando contra compara\u00e7\u00f5es | BYU Speeches Portugu\u00eas<\/title>\n<meta name=\"description\" content=\"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: "Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo".\" \/>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"pt_BR\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es\" \/>\n<meta property=\"og:description\" content=\"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: "Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo".\" \/>\n<meta property=\"og:url\" content=\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/\" \/>\n<meta property=\"og:site_name\" content=\"BYU Speeches Portugu\u00eas\" \/>\n<meta property=\"article:publisher\" content=\"https:\/\/www.youtube.com\/@BYUSpeechesPortugues\" \/>\n<meta property=\"article:modified_time\" content=\"2024-04-04T17:22:47+00:00\" \/>\n<meta property=\"og:image\" content=\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/Speeches_ShareCard2024_PORT.jpg\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:width\" content=\"1920\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:height\" content=\"1080\" \/>\n\t<meta property=\"og:image:type\" content=\"image\/jpeg\" \/>\n<meta name=\"twitter:card\" content=\"summary_large_image\" \/>\n<meta name=\"twitter:label1\" content=\"Est. tempo de leitura\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data1\" content=\"37 minutos\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:label2\" content=\"Written by\" \/>\n\t<meta name=\"twitter:data2\" content=\"J. B. Haws\" \/>\n<script type=\"application\/ld+json\" class=\"yoast-schema-graph\">{\"@context\":\"https:\/\/schema.org\",\"@graph\":[{\"@type\":\"WebPage\",\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/\",\"url\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/\",\"name\":\"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es | BYU Speeches Portugu\u00eas\",\"isPartOf\":{\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#website\"},\"datePublished\":\"2024-04-05T10:00:00+00:00\",\"dateModified\":\"2024-04-04T17:22:47+00:00\",\"description\":\"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: \\\"Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo\\\".\",\"breadcrumb\":{\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/#breadcrumb\"},\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"potentialAction\":[{\"@type\":\"ReadAction\",\"target\":[\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/\"]}]},{\"@type\":\"BreadcrumbList\",\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/#breadcrumb\",\"itemListElement\":[{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":1,\"name\":\"Speeches\",\"item\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/\"},{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":2,\"name\":\"J. B. Haws\",\"item\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/speakers\/j-b-haws\/\"},{\"@type\":\"ListItem\",\"position\":3,\"name\":\"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es\"}]},{\"@type\":\"WebSite\",\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#website\",\"url\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/\",\"name\":\"BYU Speeches Portugu\u00eas\",\"description\":\"\",\"publisher\":{\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#organization\"},\"potentialAction\":[{\"@type\":\"SearchAction\",\"target\":{\"@type\":\"EntryPoint\",\"urlTemplate\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/?s={search_term_string}\"},\"query-input\":\"required name=search_term_string\"}],\"inLanguage\":\"pt-BR\"},{\"@type\":\"Organization\",\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#organization\",\"name\":\"BYU Speeches\",\"url\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/\",\"logo\":{\"@type\":\"ImageObject\",\"inLanguage\":\"pt-BR\",\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#\/schema\/logo\/image\/\",\"url\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/BYUspeechesLogo-1.png\",\"contentUrl\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/BYUspeechesLogo-1.png\",\"width\":1000,\"height\":1000,\"caption\":\"BYU Speeches\"},\"image\":{\"@id\":\"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#\/schema\/logo\/image\/\"},\"sameAs\":[\"https:\/\/www.youtube.com\/@BYUSpeechesPortugues\"]}]}<\/script>\n<!-- \/ Yoast SEO Premium plugin. -->","yoast_head_json":{"title":"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es | BYU Speeches Portugu\u00eas","description":"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: \"Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo\".","robots":{"index":"index","follow":"follow","max-snippet":"max-snippet:-1","max-image-preview":"max-image-preview:large","max-video-preview":"max-video-preview:-1"},"canonical":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/","og_locale":"pt_BR","og_type":"article","og_title":"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es","og_description":"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: \"Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo\".","og_url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/","og_site_name":"BYU Speeches Portugu\u00eas","article_publisher":"https:\/\/www.youtube.com\/@BYUSpeechesPortugues","article_modified_time":"2024-04-04T17:22:47+00:00","og_image":[{"width":1920,"height":1080,"url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/Speeches_ShareCard2024_PORT.jpg","type":"image\/jpeg"}],"twitter_card":"summary_large_image","twitter_misc":{"Est. tempo de leitura":"37 minutos","Written by":"J. B. Haws"},"schema":{"@context":"https:\/\/schema.org","@graph":[{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/","url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/","name":"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es | BYU Speeches Portugu\u00eas","isPartOf":{"@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#website"},"datePublished":"2024-04-05T10:00:00+00:00","dateModified":"2024-04-04T17:22:47+00:00","description":"Vamos todos encontrar um espelho. Vamos nos olhar. Vamos repetir: \"Minha disputa n\u00e3o \u00e9 com ningu\u00e9m mais; minha disputa \u00e9 comigo mesmo\".","breadcrumb":{"@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/#breadcrumb"},"inLanguage":"pt-BR","potentialAction":[{"@type":"ReadAction","target":["https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/"]}]},{"@type":"BreadcrumbList","@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/j-b-haws\/lutando-contra-comparacoes\/#breadcrumb","itemListElement":[{"@type":"ListItem","position":1,"name":"Speeches","item":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/talks\/"},{"@type":"ListItem","position":2,"name":"J. B. Haws","item":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/speakers\/j-b-haws\/"},{"@type":"ListItem","position":3,"name":"Lutando contra compara\u00e7\u00f5es"}]},{"@type":"WebSite","@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#website","url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/","name":"BYU Speeches Portugu\u00eas","description":"","publisher":{"@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#organization"},"potentialAction":[{"@type":"SearchAction","target":{"@type":"EntryPoint","urlTemplate":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/?s={search_term_string}"},"query-input":"required name=search_term_string"}],"inLanguage":"pt-BR"},{"@type":"Organization","@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#organization","name":"BYU Speeches","url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/","logo":{"@type":"ImageObject","inLanguage":"pt-BR","@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#\/schema\/logo\/image\/","url":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/BYUspeechesLogo-1.png","contentUrl":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-content\/uploads\/sites\/7\/2024\/01\/BYUspeechesLogo-1.png","width":1000,"height":1000,"caption":"BYU Speeches"},"image":{"@id":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/#\/schema\/logo\/image\/"},"sameAs":["https:\/\/www.youtube.com\/@BYUSpeechesPortugues"]}]}},"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-json\/wp\/v2\/speech\/470"}],"collection":[{"href":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-json\/wp\/v2\/speech"}],"about":[{"href":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-json\/wp\/v2\/types\/speech"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=470"}],"wp:term":[{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/speeches.byu.edu\/por\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=470"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}